Os «Lugares Incomuns» do futebol internacional foram obrigados a voltar a estacionar na América do Sul. Não há como ver o The Strongest na Copa Libertadores e simplesmente ficar indiferente. A equipa joga muito (e bom) futebol, faz muitos (e bons) golos, mas principalmente cria muitas (e boas) sensações. E como em qualquer coletivo há peças solitárias que emergem.

Alejandro Chumacero é formado precisamente neste clube. O Chumita, como era (e ainda é) conhecido, pela sua estatura franzina, começou desde cedo por vestir a camisola com o Tigre de Achumani e também a destacar-se dos outros petizes. Aos 16 anos chegou à equipa principal e precisou apenas de três encontros nessa época para anotar o seu primeiro golo no escalão máximo do futebol da Bolívia.

Seguiu-se o processo habitual de afirmação, com a confirmação a surgir logo quando completou as duas dezenas de Primaveras. Foi aí que exibiu melhor o seu talento materializado na titularidade indiscutível (44 jogos) e na contribuição a marcar e a assistir.

Nascido em La Paz, no Oeste da Bolívia, não é de estranhar que rapidamente tenha sido chamado também à seleção (em 2011) onde já contabiliza 32 partidas, mas onde apenas fez balançar as redes por duas vezes.

Começa aqui a faceta camaleónica de Chuma que, atualmente com 25 anos, parece não conseguir exibir o mesmo nível fora do clube mais antigo do seu país. Quando não veste as cores aurinegras do Tigre, tende a ter piores prestações, como reforça a ideia da experiência falhada no Sport Recife. Oito jogos sem marcar nos brasileiros levaram-no ao regresso ao ponto de origem.

Chumasteiger, pela similitude (tamanho à parte) com os primeiros anos da carreira de Bastian Schweinsteiger ao nível do posicionamento e tarefa em campo, voltou a convencer nas últimas quatro temporadas com o The Strongest.

O jogador (164cm) destaca-se essencialmente pela tomada de decisão. Cirúrgico no último passe, capaz no cruzamento e com algum golo. E que golos. Como este, com apenas um mês.

Embora possa jogar a partir do corredor central, é nas extremidades do terreno de jogo que costuma (e deve) iniciar as suas movimentações. Um médio-ala (e não extremo) à antiga que a equipa solicita principalmente no momento de organização ofensiva, mas que revela grande consciência na transição e organização defensiva. Uma característica que pode servir de engagement para uma mudança futura para o futebol da Europa.

A atacar exibe uma técnica individual muito boa na forma como sai de espaços curtos, define as ideias interessantes que tem para o jogo e suprime a sua menor velocidade com bola (fruto da curta passada) evidenciando a outra velocidade... a de execução.

O contrato termina no final de 2018 e só aí será possível perceber se as suas boas intenções podem ter oportunidade e espaço para abandonar esta rubrica e visitar qualquer «Lugar Comum».