Luís Castro é um apaixonado pelo futebol. Respira bola por todos os poros e nunca se esquiva a falar do que realmente o seduz. As tácticas, por exemplo. O treinador do Penafiel conversou longamente com os jornalistas, falou de tudo e projectou o que vai ser o jogo dentro de campo com a classe dos melhores. Disse como é que o Benfica vai jogar, como é que o Penafiel vai responder e terminou a sublinhar que as bolas paradas poderão ser um aspecto fundamental para derrubar os encarnados.
A conversa começou com a pergunta sobre o que muda com a entrada de Micolli no futebol do campeão nacional. «Faz recuar um pouco a última linha do Penafiel, por causa da velocidade que traz ao jogo da equipa, e obriga a uma maior dinâmica do meio-campo no aproveitamento de um ou outro espaço que possamos ter nas zonas interiores do Benfica», referiu. «A estratégia em si não muda, está determinada, mas muda um pouco a preocupação que é preciso ter no desenvolvimento táctico durante o jogo».
O técnico explicou depois com mais pormenor tudo o que muda. Diz que com Micolli os encarnados obrigam o adversário a diminuir o espaço entre a defesa e a baliza para evitar lançamentos em velocidade e diz também que a troca de um médio por um avançado deixa espaços no meio-campo que podem permitir o lançamento do contra-ataque. Que é disso que vai viver o Penafiel. «O recuo da última linha implica uma maior liberdade de movimentos no meio-campo porque há menos jogadores nessa zona. A equipa que melhor souber assumir o meio, trabalhar a bola e aproveitar os espaços interiores que vão ser criados, vai tirar maior proveito disso».
Não se trata de comandar o jogo ou ter mais posse de bola, porque esse é um aspecto que vai pertencer aos encarnados, diz, trata-se sim de controlar o jogo mesmo sem ter a bola. «A qualidade dos jogadores do Benfica é superior e quem tem os melhores jogadores controla o jogo. Nós vamos saber jogar sem bola e vamos tentar trabalhá-la bem quando a tivermos. Vamos ter menos posse de bola, o Benfica vai comandar o jogo nesse aspecto, mas a qualidade e a rapidez dos ataques quando a conquistarmos vai definir o nosso sucesso. Se mesmo no pouco tempo de posse de bola conseguirmos lançar ataques rápidos e de bastante qualidade, podemos chegar à vitória».
«Vamos tentar aproveitar a baixa estatura dos jogadores do Benfica»
Outro aspecto focado foi as bolas paradas. Nélson, Léo, Simão, Geovanni, Micolli, são todos jogadores com menos de 1m72, o que é uma debilidade identificada em Penafiel. «Vamos tentar aproveitar a baixa estatura de muitos jogadores do Benfica», garante Luís Castro. «As bolas paradas decidem os jogos em 40 por cento, pelo que temos esse índice de baixo de olho. Num jogo táctico como vai ser este, todos os aspectos são determinantes. Sabemos que apesar de ter três jogadores de estatura elevada - o Luisão, o Anderson e o Nuno Gomes -, podemos comandar as bolas paradas ofensivas e podemos conseguir alguma coisa nesse aspecto».