Notícia atualizada

Portugal conseguiu o objetivo mínimo, entrando a ganhar na qualificação para o Mundial 2014, ao vencer no Luxemburgo por 2-1. Uma vitória cinzenta, numa das exibições menos competitivas da equipa, na era Paulo Bento. Ronaldo, selando o fim de uma semana sob os holofotes, marcou o golo da recuperação e ainda teve tempo para namorar com os postes. Postiga consumou a reviravolta na segunda parte.

O Luxemburgo aproveitou uma entrada displicente para se pôr em vantagem no marcador e obrigou a equipa portuguesa a sofrer, primeiro, e a desperdiçar, depois. Os males foram escassos, mas fica o aviso: em Mundiais, não dá para entrar em campo de salto alto.

Contrariando a intensidade «de fase final» pedida por Paulo Bento, Portugal entrou no jogo de forma sonolenta e pagou por isso. É certo que o momento de inspiração do luso descendente Dan da Mota não acontece todos os dias, mas no momento em que o seu pontapé teleguiado bateu Patrício (13 m) a equipa portuguesa já tinha dado sinais de desconcentração e de uma preocupante falta de ritmo.

A reação foi quase imediata, com a equipa lusa a subir as linhas e Moutinho a assinar o primeiro remate com perigo (15 m). Mas, ainda assim, os frutos tardaram: já depois de oportunidades perdidas por Meireles e Ronaldo, o capitão português quebrou o enguiço, aproveitando a ingenuidade da defesa luxemburguesa e uma boa recuperação de Meireles na zona da meia lua.

A finalização vitoriosa esbarrou no poste antes de entrar, e deu início a romance prolongado de CR7 com os ferros da baliza de Joubert, com novos episódios aos 34 e 45 minutos, desta vez sem se encaminhar para o lado certo. Pelo meio, uma grande defesa do guarda-redes luxemburguês a cabeçada de Postiga já acentuava um leve sabor a injustiça no empate que se registava ao intervalo: apesar do péssimo início, a supremacia portuguesa era uma evidência nesta altura.

Tentando evitar que a decisão do jogo se arrastasse para os minutos finais, Paulo Bento não esperou pelo recomeço para mexer: lançou Varela no lugar de Miguel Veloso, recuando Meireles e passando Nani para a zona central. Os efeitos foram imediatos: Joubert ainda adiou o golo em duas situações, antes de Hélder Postiga, a passe de Moutinho, assinalar o seu regresso ao onze com um golo oportuno (54 m). Estava dada sequência lógica ao ascendente português e anulada a displicência dos 15 minutos iniciais.

Paulo Bento optou por reequilibrar a equipa logo de seguida, fazendo entrar Custódio por Meireles. Coincidência ou não, o ritmo baixou e a equipa portuguesa permitiu o ligeiro crescimento do adversário, que voltou a rondar a baliza de Patrício. É certo que Ronaldo e Postiga, em mais de uma ocasião, podiam ter marcado o tento da tranquilidade, mas para todos os efeitos o marcador não voltou a mexer, sublinhando os serviços mínimos de uma equipa portuguesa que apanhou um susto grande, inteiramente por culpa própria.