Objetivo: fazer história. 

António Félix da Costa é a principal atração portuguesa para a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, uma das maiores provas de desporto motorizado do calendário mundial, que alberga carros de várias categorias e até motos.

A corrida de Fórmula 3, que no ano passado teve a vitória do piloto português, será o foco de maior atenção, naturalmente. Félix da Costa parte em busca de um feito histórico: vencer duas vezes seguidas. Até hoje, numa corrida que integra o Grande Prémio desde 1983, só o italiano Edoardo Mortara (2009 e 2010) conseguiu tal feito.

Para Félix da Costa uma vitória dificilmente poderia vir em melhor altura. A desilusão que foi a não entrada na Fórmula precisa ser compensada de alguma forma e ganhar em Macau já era grande ajuda.

O próprio piloto, na antevisão da corrida, deixou a ideia que uma vitória poderia valer mais do que a simples conquista. Poderia ser uma demonstração de força e capacidade. A prova de que o talento continua intacto, pese as dúvidas da Red Bull, que o preteriu.

Os primeiros indícios fazem adivinhar uma tarefa complicada, mas não impossível. O Grande Prémio de Macau é constituído por duas corridas: uma de qualificação (10 voltas) cujo resultado formará a grelha da corrida principal (15 voltas), no domingo de madrugada. 

O português vai sair do quinto lugar para a corrida de qualificação, com a missão de recuperar um ou dois postos, pelo menos, para ter hipóteses de lutar pela vitória no domingo.

É que ultrapassar em Macau não é a tarefa mais simples do mundo. Por algum motivo lhe chamam o “Mónaco da Ásia”.

O mítico circuito da Guia

O Grande Prémio de Macau torna-se especial pela sua história mas também, e acima de tudo, pelo mítico Circuito da Guia, uma pista citadina onde meio erro chega para um final nas barreiras.

Tem uma extensão de 6.2km e um total de 19 curvas. A volta mais rápida foi conseguida por Edoardo Mortara em 2009, ao volante de um Fórmula 3 da Signature/Volkswagen. Completou a volta em 2m10.732s.

A corrida em si já consagrou nomes como Ayrton Senna (1983) ou Michael Schumacher (1990). Teve início em 1957, mas só a partir de 1966 foi considerada uma competição amadora de automóveis. No ano seguinte começaram também as corridas de motos.

O Circuito da Guia, pelas suas características sinuosas e por ser estreito, é também perigoso. Ao todo, já cinco pilotos perderam a vida nas ruas de Macau, sendo um deles,foi o português Luís Carreira no ano passado.

A edição de 2012 foi, aliás, a mais mortal de sempre com Philip Yau, de Hong Kong, a morrer no dia seguinte a Luís Carreira. 

Antes disso, já tinham acontecido outras tragédias. Em 2005, o francês Bruno Bonhuil despistou-se na curva do Hotel Mandarim, montado numa Suzuki e não resistiu aos ferimentos. O japonês Katsuhiro Tottiori, em 1994, e o filipino Dodje Laurel, em 1967, ambos pilotos de automóveis, também tinham perdido a vida na Guia. 

O Grande Prémio engloba várias vertentes da competição automóvel. Tiago Monteiro, por exemplo, também estará em competição, na ronda que encerra o Mundial de Turismos (WTCC). O português tem estado em bom plano e vai sair do segundo lugar para a primeira corrida.

Este ano, o Grande Prémio de Macau tem transmissão na TVI24, na madrugada de sexta-feira para sábado (6 horas) e de sábado para domingo (7 horas).

Veja como é o circuito da Guia: