Manuel Machado, treinador do Nacional da Madeira, analisou desta forma o empate com o Rio Ave (1-1):

«Os jogos de futebol têm esta riqueza de serem atípicos e ainda bem que são porque assim não se decalcam uns pelos outros. É um jogo que, no conjunto da jornada, acaba por ser um resultado positivo para nós, na medida em que somamos mais um ponto, encurtamos para dois dos nossos concorrentes alguma distância, não toda a que queríamos, estou a falar do Estoril e do Marítimo que perderam e não somaram ponto nenhum e, por isso, estão mais próximos. Mantivemos a distância para o Rio Ave e, nesse conjunto de factores, a jornada acaba por ser positiva vamos esperar o que vai acontecer no jogo do Vitória de Setúbal com o do Vitória de Guimarães para ver se é totalmente positiva para nós.»

«Relativamente ao jogo penso que tem dois momentos. Um em que as equipas jogam onze para onze e o momento em que uma das equipas fica com nove. Julgo que entramos bem no jogo, com alguma naturalidade chegámos, através de uma bola parada, ao golo, Fizemos um controlo da reacção que o Rio Ave, naturalmente, teve, e até aos 45 minutos penso que as coisas estavam mais ou menos bem.»

«O segundo tempo tem um conjunto de factores que me parece serem de relevância porque são determinantes no desfecho da partida. Alguns temos que nos auto-penalizar por alguns comportamentos menos adequados, um jogador que já tem um cartão amarelo não pode cometer um erro daqueles que cometeu e se pôr a jeito para um segundo amarelo.»

«Relativamente ao penalty contra o Nacional também me parece que, com algumas dúvidas, pode ter havido uma bola dividida na coxa-braço do Claudemir e, por isso, julgo que o árbitro fez uma leitura que é a sua e, com alguma justeza, acabou por assinalar.»

«A questão da expulsão do Jota parece-me que é uma leitura em extremo daquilo que é a lei. O Jota vai no chão, chega na bola, há um tirar partido do jogador adversário e o árbitro entende de dar um cartão vermelho. De qualquer maneira, o resultado é o que é porque cometemos alguns erros na segunda parte, por outro lado aquilo que havia sido dito sobre o perfil do Bruno Paixão, que é um excelente árbitro, mas que tem, de facto, uma particularidade na forma como olha para o jogo: olha para o jogo como o Vítor Gaspar olha para os números, ou como o Passos Coelho olha para a gestão deste país, tentando olhar para a aritmética sem ver aquilo que se passa na realidade.»

«É também preciso algum bom-senso e sensibilidade na defesa do espectáculo desportivo e, no que diz respeito da segunda expulsão, parece-me que a lei tem uma leitura levada ao extremo e que podia ser profundamente evitável porque não há nenhuma agressão nem nenhuma entrada que ponha em risco em integridade física do adversário que está mais próximo. Quando muito o amarelo.»

«Para fechar, no conjunto destas circunstâncias, o resultado que conseguimos parece-me ter uma nota que, do meu ponto de vista, é a mais importante e é a que eu mais valorizo: que é a forma histórica capacidade de luta e sofrimento que os jogadores do Nacional que restaram. Uma postura muito profissional, lutaram até à exaustão, obstaram que o Rio Ave levasse daqui os três pontos em por isso, terminando por eles mas é como se tivesse começado, é para eles que vai a minha palavra de maior admiração pelos tais 94 minutos que aqui decorreram.»