Gilberto Madaíl defendeu a presença na sua lista de recandidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol de membros da magistratura e nomeadamente do procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto. O dirigente comentou ainda a hipótese de este se afastar do cargo para que está indigitado, de vice-presidente do Conselho de Justiça.
«É melhor estar por dentro da FPF do que estar por fora. É mau que haja discriminação entre magistraturas», defendeu Madaíl, respondendo assim, quando questionado com a eventual desistência de Almeida Pereira, bem como a saída de João Ramos, magistrado no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP): «Se desistirem, problema deles.»
«Gostava de saber porque é que os magistrados podem ou não fazer parte de um conselho de gerência de um jornal, de uma TV ou de uma rádio. O que é moralmente aceitável é que as pessoas possam exercer a sua função com toda a honestidade e plena isenção», afirmou ainda, para depois deixar esta afirmação: «Tivemos um magistrado, não vou contar o nome, que não se coibiu de emitir um mandado de captura a um presidente de clube que estava no exercício de funções.»
Questionado sobre o livro de Carolina Salgado, que deixa várias acusações, bem como a sua repercussão na imagem do futebol português, Madaíl disse que não leu e fala da falta de meios da Federação para investigar.
«Não conheço a senhora doutora, não sei se é doutora, foi-me apresentada como esposa ou futura espoa, limitei-me a dizer Boa Noite ou Boa Tarde», afirma. «A imagem do futebol português depende dos resultados. Vocês também não citam o que se passou na Alemanha, na Holanda e na Itália», prossegue.
A terminar, a posição da justiça desportiva relativa ao Apito Dourado e outros processos. «Gostava que a justiça funcionasse mais rápido. A justiça desportiva não tem os meios da justiça civil. Não tem escutas telefónicas, não tem investigadores ou detectives e nós só temos que acreditar nas palavras das pessoas», afirma Madaíl: «Desde 2002/03 o que temos feito é pedir certidões aos tribunais e o que nos dizem é que há pessoas indiciadas mas que não estão condenadas.»