Joaquim Teixeira regressou a Portugal depois de uma curta aventura no campeonato romeno. O treinador português recebeu luz verde para reformular a equipa do Pandurii, contratou oito jogadores do nosso campeonato para um projecto de médio/longo prazo mas terminou a experiência em cerca de dois meses.
Segundo a imprensa romena, o divórcio com o último classificado do campeonato foi acelerado por uma altercação no balneário do Pandurii, após a derrota frente ao Universitatea Craiova. Em três jogos, a equipa tinha averbado dois desaires no campeonato e tinha sido afastada da Taça da Roménia.
«No final do jogo com o Universitatea Craiova, eu estava a falar ao telefone com o meu filho fora do balneário quando o professor José Vilaça passou por mim a correr. Lá dentro, nós temos umas folhas com todas as indicações individuais, para cantos, livres, barreiras, etc. O adjunto romeno saiu do campo, entrou no balneário, deitou as folhas ao chão e pisou-as. O Alfredo Castro chamou-lhe a atenção, o massagista percebeu aquilo mal e atirou-se a ele. Houve ali uma discussão, é verdade, mas não foi por isso que saímos. Acho que a nossa saída ficou decidida logo após o primeiro jogo na Roménia», explicou o técnico ao Rádio Clube Português.
Joaquim Teixeira lamenta a forma como o processo foi conduzido. «Fui contratado em Lisboa, em Dezembro, três dias antes do Natal. Foi-me dado um espaço enorme, em termos de contrato, para um projecto a médio/longo prazo. Entretanto, começámos a trabalhar. Fiz-me valer do conhecimento que tenho na primeira divisão de Portugal, mas é complicado fazer uma equipa em Dezembro. Mas fiz algumas coisas que não devia ter feito, contratei jogadores que não conhecia, que não estavam a jogar nos seus clubes», referiu.
«Fiquei instalado numa casa fabulosa, deram-me uma casa nova, não tenho nada a apontar às pessoas. Até disse que, se calhar, até não merecia tanto. No primeiro jogo do campeonato, frente ao Poli Timişoara, o estádio estava cheio, com 10 mil pessoas. Não fizemos um bom jogo e perdemos. Logo aí, o comportamento do presidente do clube em relação a mim mudou completamente», acrescentou o treinador português, concluindo: «Foi um grande erro meu, ter acreditado no potencial dos jogadores que levei. Mas só não levei mais jogadores porque não quis, porque o presidente queria. Em termos financeiros, por outro lado, nenhuma das promessas financeiras foi cumprida.»