Poucos dias depois de Ricardo Fernandes assinar pelo Apoel F.C., João Paiva chegava ao Apollon Limassol F.C. O avançado deixava o Marítimo a custo zero e aventurava-se no Mediterraneo. João Paiva diz ter encontrado «um campeonato simpático» e caracteriza-o como «muito rápido, mais vivo, com menos cuidados tácticos do que em Portugal». Uma liberdade táctica que acaba por ser «boa para os espectadores, que gostam do futebol assim», referiu ao MaisFutebol o atacante português.
O que atrai os jogadores portugueses para os campeonatos do Chipre é, em primeiro lugar, a capacidade financeira que os clubes apresentam. Num país em que o «nível de vida é muito superior ao de Portugal», João Paiva não ficou admirado quando lhe apresentaram uma «boa proposta financeira e um bom projecto de futebol». «Apesar de gostar muito de Lisboa e de Portugal, é muito bom e agradável viver aqui. É um estilo de vida muito algarvio», comentou o jogador.
Por ter sido dos pioneiros, João Paiva tem assistido de uma forma diferente à entrada de compatriotas nas competições cipriotas. «Os clubes daqui gostam dos jogadores portugueses, até porque vêm subir a qualidade do futebol e, por isso, telefonam-me muitas vezes para pedirem informações sobre algum que tenham em vista. Mas também há muitos portugueses que procuram vir para cá. Telefonam a perguntar como é isto e se há possibilidades de virem» contou o avançado.
«Foi a entrada do Chipre na União Europeia que abriu portas aos jogadores portugueses» explicou João Paiva. Os jogadores nacionais deixaram de contar como estrangeiros e a sua entrada ficou facilitada.
Trabalhar num paraíso turístico
Rui Lima é um dos mais recentes emigrantes nacionais no Chipre. Deixou, em fim de contrato, o Beira-Mar e rumou há pouco mais de um mês para o Omonia A.C. O extremo considera que as «vantagens financeiras são boas para os portugueses» e que «os jogadores mais bem pagos no Chipre têm salários ao nível médio dos grandes de Portugal». De tal forma que as equipas do Chipre têm capacidade para convencer jogadores portugueses, mesmo quando estes recebem propostas nacionais, tal como aconteceu com Rui Lima. O português acredita que alguns jogadores aufiram «o dobro», do que em Portugal, além de receberem «a tempo e horas».
A adaptação não tem sido fácil, até pela língua e por se conduzir pela esquerda (consequências da influência britânica no país), mas «a vida calma, o calor e os amigos portugueses» ajudam a ambientação. Até agora, o português apenas fez jogos-treino, mas «já deu para ver que os adeptos vão ao futebol, vibram muito e são muito loucos».