Portugal encontrou um novo mercado para onde exportar jogadores. O Chipre, situado no extremo oriental do Mar Mediterrâneo, tem pouco mais de nove mil km2 (um décimo do tamanho de Portugal) e acolhe neste momento cerca de 30 jogadores lusos nos seus campeonatos. A ilha, com 800 mil habitantes, é mais conhecida pela sua atracção turística, mas um rendimento per capita de 29.105 dólares, muito superior ao português (22.677), começou a atrair os jogadores nacionais e a proporcionar às equipas cipriotas um poder de negociação contratual que não possuíam há alguns anos.
Ricardo Fernandes abriu as portas
O primeiro jogador português a assinar por um clube do Chipre foi Ricardo Fernandes. O médio ofensivo, que jogou no Sporting e no F.C. Porto, abriu caminho aos jogadores nacionais em 2005/2006. Seguiram-se João Paiva, Kennedy, Filipe Duarte e muitos outros. Neste momento, estão 28 jogadores portugueses contratualmente ligados a clubes cipriotas. Para além destes, mais 11 já passaram por lá, pelo que, em duas épocas, 39 jogadores portugueses assinaram contrato com clubes da ilha.
Mas nem só portugueses vão jogar para tais paragens. Estrangeiros que passaram pelo nosso país também jogam no Chipre. Zé Carlos e Chmiest, que representaram a época transacta o Sp. Braga e assinaram neste defeso pelo Apoel F.C., foram os últimos a deixar Portugal para tomarem a rota da ilha de Chipre.
Competições em crescimento
Um campeonato principal com 14 equipas, no qual o 1º classificado disputa a primeira pré-eliminatória da Liga dos Campeões e o 2º a primeira eliminatória da Taça UEFA, é aquilo que encontram os jogadores nacionais à chegada a Nicósia, capital cipriota. O Apoel F.C. (campeão nacional no ano passado), o Apollon Limassol F.C. (vencedor da Supertaça) , o Anorthosis Famagusta (vencedor da Taça) e o Omonia A.C. são os maiores clubes cipriotas.
Fica por destacar mais uma curiosidade: já sete jogadores estrangeiros que jogaram em Portugal passaram posteriormente pelo campeonato cipriota. Entre eles «Super» Mário Jardel, que jogou em 2006/2007 no Anorthosis Famagusta; Miran Pavlin, o internacional esloveno que jogou no F.C. Porto; e o ponta de lança croata que alinhou no Sporting, Robert Spehar.