Dois anos mais velho do que Luís Figo e Rui Costa, Paulo Sousa foi com essa prestigiada dupla o emigrante mais categorizado do do futebol português durante a década de 90.

Na Juventus e no Borussia Dortmund, o atual técnico do FC Basileia ganhou a Liga dos Campeões. Em anos consecutivos: 1996 e 1997.

Membro importantíssimo da chamada Geração de Ouro nacional, e campeão do mundo de sub20 em Riade, há a impressão de que Paulo Sousa não tem, pelo menos em Portugal, o reconhecimento que existe em redor de Figo e Rui Costa.

Resquícios do escaldante verão de 93, quando o Sousa trocou (com Pacheco) o Benfica pelo Sporting? Na entrevista ao Maisfutebol, o técnico foge ao tema e garante não sentir qualquer diferença de tratamento, em comparação com os antigos colegas da seleção.

Quando é que sentiu, sem hesitações, que iria apostar na carreira de treinador?
«Senti isso logo que me foi dada a oportunidade de treinar o meu primeiro clube, o Queens Park Rangers, em 2008».

Sente que lhe falta em Portugal – enquanto figura do futebol - o reconhecimento que Rui Costa e Figo tiveram e têm?
«Não, não sinto nada disso, de todo. O Luís e o Rui foram fantásticos jogadores, colegas e amigos. Tenho orgulho no que alcancei, mas o que mais me motiva atualmente é a carreira de treinador. A minha concentração está completamente voltada para isso».     

À distância, que retrato faz do campeonato português?
«Há poucos clubes capazes de lutar pelo título, normalmente. Acontece o mesmo na maior parte das ligas europeias, de resto. Benfica e FC Porto estão no topo, nesta altura, e isso não me surpreende nada. São grandes clubes, com grandes histórias e tradições. Infelizmente, o Sporting está um pouco atrás. Espero que com mais harmonia, estabilidade e visão possa aproximar-se rapidamente da frente. No meio da tabela há grande equilíbrio entre os clubes e a qualidade dos seus atletas».

Consegue ter tempos livres na Suíça ou é um treinador que pensa em futebol 24 horas por dia?
«A minha esposa concorda e apoia-me totalmente nisto: vivo e respiro o jogo, adoro falar sobre futebol e ver futebol, o que é importante e aumenta o meu conhecimento do jogo e de jogadores, bem como a minha própria educação. Estou muito feliz no Basileia, vivo numa área calma, muito limpa e pitoresca. Adoro estar aqui com a minha família».

Que curiosidades encontrou na sociedade helvética, quais os costumes que maior estranheza lhe causaram?
«Encontrei, acima de tudo, um povo muito amistoso. Recebeu-me muito bem, a mim e ao meu staff. Temos gostado muito de conhecer a cultura, as pessoas e a comida típica desta região. Todas estas condições ótimas vão ajudar-nos a trazer mais sucesso para o Basileia e o futebol da Suíça».