José Mourinho falou sobre vários jogadores portugueses a atuar na Premier League. Não poupou elogios a Bernardo Silva, considera que João Mário deveria continuar em Inglaterra e que Renato Sanches «complicou demasiado o seu jogo».

«Bernardo Silva é talvez do 12.º jogador do [Manchester] City. Só não jogou mais porque está no City. Noutro clube, jogaria seguramente mais», afirmou o técnico português em entrevista ao jornal «Record».

«Deu-lhes pontos, qualidade, beleza ao jogo, deu-lhes tudo aquilo que 50 ou 60 milhões podem dar», frisou, destacando as qualidades humanas e técnicas do médio: «É um miúdo com uma pinta e classe fora do normal e isso é muito importante nestas gerações. É um acelerado mental: pensa e executa rápido. É um jogador fantástico».

Sobre João Mário, Mourinho diz que «gostava que ele ficasse em Inglaterra», apesar de o médio ter sido emprestado ao West Ham pelo Inter de Milão, por quem o técnico português já confessou ter um carinho especial.

«Seria melhor para ele ficar aqui pois iniciou um bom processo e seria bom para ele terminá-lo. Um processo de afirmação no futebol inglês», afirmou. «Para a sua evolução, ficar em Inglaterra seria boa opção».

Depois de dizer que João Mário «tem todas as qualidades para jogar» vingar na Premier League, foi questionado sobre se teria lugar, por exemplo, no Manchester United. «Por que não?», questionou, frisando que «o West Ham é um grande clube, histórico, que quer crescer».

«O João estava a adaptar-se. Ele pensa e executa rápido, estava a recuperar essa velocidade de pensamento e execução, estava a recuperar intensidade e agressividade. Estava a gostar do João cada vez mais», acrescentou.

Sobre Renato Sanches, que teve uma época complicada no Swansea, onde esteve por empréstimo do Bayern Munique, Mourinho diz que «complicou demasiado o seu jogo».

«Quando comecei a vê-lo no Swansea pareceu-me que ele sentiu uma necessidade tremenda de fazer bem, exageradamente bem. Fazia coisas complicadas e esqueceu a simplicidade do jogo, o passe simples a dois ou três metros, esqueceu o jogo a um ou dois toques, cada vez que recebia, tinha de dar um toque mais, florear, não era capaz de fazer um passe certo, ia logo para o passe longo, o passe impossível», afirmou.

«Senti-o a ter, se calhar por ser muito miúdo, necessidade de provar em Inglaterra», disse ainda, acrescentando: «Calma que um ano mau no Bayern acaba com poucas oportunidades, faz parte de um processo».

«Onde vai encontrar essa calma? No Benfica e não noutro empréstimo? Não sei, desconheço o que vai na cabeça dele. Como treinador, acho que complicou demasiado o seu jogo, os níveis de confiança baixaram, e um par de lesões não ajudou», concluiu Mourinho.