O treinador do Palmeiras, o português Abel Ferreira, admitiu que o lado mental vai ser determinante na reta final do Brasileirão, depois de o «Verdão» ter somado a quinta vitória consecutiva na noite de sábado e de, com isso, ter igualado o líder Botafogo com 59 pontos, ainda que a equipa que esta época já foi treinada por Luís Castro e Bruno Lage tenha dois jogos a menos.

«Vai, vai [ndr: contar o duelo mental]. Vai, porque é assim que funciona. Quem já ganhou títulos, pontos corridos, sabe como isto funciona. Agora, não sei quem é que vai ganhar no fim. O Grémio também está aí a chegar, o Bragantino está aí a chegar. O Botafogo é o que está em melhores condições. Se for a ver pelas probabilidades, é o que tem mais probabilidades de ganhar. Como também já disse, o Botafogo tinha e tem uma vantagem que lhe permite perder aqui ou ali e continua a ter essa vantagem, é a verdade. Mas vamos fazer o nosso jogo, já disse. Não vou alterar o meu discurso agora. Recuperar os nossos jogadores, tê-los. Porque eu não vou fazer nada agora, falta um mês e qualquer coisa para o fim. Não vou dar conteúdo tático, tenho é de recuperá-los bem em dois dias e pô-los a jogar ao terceiro», afirmou, na conferência de imprensa após a vitória sobre o Paranaense.

«É um mês que vai exigir muito o lado mental de todos, de todas as equipas que estão ali no G-4, sendo que, na minha opinião, há uma equipa que tem vantagem em relação às outras», referiu, em alusão ao Botafogo, falando também do facto de a equipa jogar este e o próximo jogo na Arena Barueri e não no Allianz Parque, que é palco de dois espetáculos (neste fim de semana o GPWEEK e, no próximo, para o jogo ante o América Mineiro, a atuação de Roger Waters).

«Nós vamos continuar a fazer o nosso trabalho, é isso em que temos de estar focados, é nos nossos jogos. Continuo a dizer que o Botafogo depende dele, nós temos uma série de jogos difíceis pela frente. Estamos a jogar, não só contra os nossos adversários, mas a sair da nossa casa, agradeço aos 17 mil que estiveram aqui, mas em nossa casa, nós metemos 40 a 42, o barulho não foge, fica ali todo no chiqueiro e, com todo o respeito, este não é o chiqueiro em que me sinto confortável, nem nos bancos sinto confortáveis. Não é a minha casa, mas aprendi que seja onde for, jogamos para ganhar. Mas gostava de ver o campo cheio, com os nossos adeptos e aqui se calhar fica um bocadinho mais difícil. É o que é e vamos continuar», apontou, dando também os parabéns ao Fluminense pela conquista da Libertadores.

«Parabéns ao treinador do Fluminense, aos seus jogadores, à sua direção, é muito difícil ganhar esta competição e junta-se aos vencedores, é bom para o futebol brasileiro ter mais um campeão brasileiro», concluiu, por sua iniciativa, na parte final da conferência.