Na época passada, Bruno Moreira foi o português que mais golos marcou na I Liga. Os 14 tentos apontados na competição ao serviço dos Paços de Ferreira, mais quatro na Taça de Portugal, valeram-lhe o sexto lugar na lista de melhores marcadores, e a somar aos 14 golos da época anterior, deram-lhe a atenção de muitos clubes. No final da temporada, o ponta-de-lança fez as malas e deixou os castores. O destino surpreendeu muita gente: Buriram United, tricampeão da Tailândia.
Em entrevista ao Maisfutebol, o avançado de 29 anos explica o que o levou a rumar à Ásia. «Felizmente as duas épocas anteriores correram-me muito bem e foram surgindo oportunidades para assinar com bons clubes na Europa, mas estava numa fase da vida em que tinha que decidir entre poder chegar um dia a uma Liga dos Campeões, Liga Europa, ou poder ter o futuro estabilizado no curto espaço de um contrato».
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«Dificilmente iria recusar as condições que me ofereceram. Nenhuma das outras propostas chegou a estes valores, a estas condições, e posso dizer que recusei equipas que estão a jogar a Liga dos Campeões este ano», adianta.
«Parece ridículo. As pessoas vão pensar: “Tinhas uma proposta de um clube que agora está na Champions e foste jogar para a Tailândia?” Mas o que é certo é que o que me ofereceram aqui não me ofereciam noutras paragens», garante.
Bruno Moreira revela ainda que é verdade que recebeu uma proposta de um dos três grandes em Portugal. «Sim, chegou uma proposta de um grande. Não vou dizer o nome porque agora não interessa. Era uma proposta concreta, mas por valores ridículos, e nem parei sequer para pensar».
Por isso, acabou por sair. «Se me perguntar se era o país, o clube, que um dia sonhava representar, sou sincero: claro que não. Mas as condições que me ofereceram foram fundamentais para que eu e a minha família encaremos o nosso futuro de uma maneira diferente do que se tivesse aceitado outro tipo de propostas, mesmo que fossem melhores desportivamente», frisa.
Apesar de ter chegado à Tailândia já com a época a decorrer, Bruno Moreira não desaprendeu o caminho da baliza. «Adaptei-me bem ao clube, aos colegas, fui bem recebido, e acho que tenho trabalhado bem para os golos continuarem a aparecer. Tenho sete golos oficiais, seis no campeonato e um na Taça, em 13 jogos».
Em entrevista ao Maisfutebol, em fevereiro desde ano, Bruno Moreira tinha dito que ser chamado à seleção estava a deixar de ser sonho para passar a ser objetivo, mas essa meta parece agora muito distante. «Já não penso assim. É quase impossível chegar à seleção por estar num campeonato não muito conhecido. Dificilmente serei chamado», admite.
Entretanto surgiram novos objetivos: «Vim para um grande clube. Não é muito conhecido a nível mundial, mas é muito grande cá na Tailândia. Quero ser campeão com o Buriram. É um clube que luta todos os anos para isso, é tricampeão da Tailândia, mas infelizmente este ano já é impossível. No próximo ano quero ser campeão, e quero disputar a liga dos campeões da Ásia».
