Em altura de balanços do ano, Ivo Pinto fala de modo muito «positivo» da sua carreira. O jogador português do Dínamo de Zagreb está de volta ao seu país para passar a quadra natalícia aproveitando também a paragem do campeonato na Croácia. O Dínamo segue em velocidade de cruzeiro no domínio interno; como também o defesa direito luso no seu percurso profissional.

Em relação ao ano que agora termina, Ivo Pinto é categórico: «Eu faço um balanço muito positivo.» Em conversa com o Maisfutebol, o jogador de 24 anos (faz 25 no dia 7 de janeiro) explica sem rodeios porquê: «Alcancei o meu objetivo principal que foi chegar à seleção nacional.»

«A seleção foi um momento muito bonito da minha vida no futebol. Sempre acreditei que fosse possível. Mesmo sabendo que estava em campeonatos não tão visíveis», confessa o defesa do Dínamo dando pistas sobre o que pensa. Antes, revelou também o primeiro impacto da chegada a este «patamar muito alto»: «No primeiro momento não acreditei.»

«Depois, vi que tinha chegado a altura. Cheguei lá. Infelizmente não joguei. Agora o novo patamar é jogar», assume Ivo Pinto. O jogador português estreou-se numa convocatória da seleção para os jogos com a França e com a Arménia (de outubro), mas não jogou qualquer minuto.

«Tenho de trabalhar ainda mais»

Ivo Pinto olha para a frente – como se lerá nas suas próprias palavras em outra parte – e não ter chegado a vestir a camisola das Quinas não o desmotivou. Pelo contrário: «Não jogar trouxe-me à cabeça que tenho de trabalhar ainda mais.»

O lateral direito é pragmático nas análises que faz; quer nas suas em particular, quer nas de teor mais genérico. Com Ivo Pinto no D. Zagreb estão mais quatro jogadores portugueses. E (excetuando os mais experientes Eduardo e Paulo Machado), o defesa de 24 anos faz uma consideração que tem sido corroborada pelos compatriotas com que se tem cruzado.

«É o segundo clube fora do país e partilhei com os outros jogadores portugueses a mesma opinião. (Com o Eduardo e com o Paulo Machado é diferente, pois têm currículo). Mas com todos os outros, como os nove que havia no Cluj, tivemos de sair do país para sermos reconhecidos.»

«É uma boa opção sair de um clube português para um campeonato destes [de menor dimensão] porque abre outras portas e podemos jogar as competições europeias. Dizem que saímos por dinheiro... também é um facto... Mas é porque também apostam mais em nós», continua Ivo Pinto frisando a exceção «Sporting, que aposta na prata da casa», antes da conclusão generalizada: «Se quisermos subir alguns patamares é preciso sair [de Portugal].»

«Fim bem em sair de Portugal»

Voltando ao seu caso em concreto, a sua convicção é quase absoluta: «Para a minha história, saí para dois campeonatos nacionais mais fracos, mas cheguei à seleção. Se calhar, [a jogar] em Portugal não chegava.» «Tomei esse passo [de sair] e fiz bem», assume.

A ida a seleção portuguesa trouxe-lhe «muitas ideias novas, de trabalho, experiência positivas« e também «momentos fantásticos de partilha com os melhores», como frisa, «com o melhor do mundo». Mas o jogador de 24 anos sabe que tanto «é difícil chegar» lá, como «é difícil estar» estar os melhores, como «é difícil ficar» neste grupo restrito de alguns dos melhores do mundo na sua posição».

Não é por isso que não pensa em conseguir voltar. Já nos disse que sim. E também de que forma. Ivo Pinto não se escusou a recordar a explicação de Fernando Santos em conferência de imprensa – «o mister disse que o Bosingwa traria experiência» – mas para não repetir a sua inclusão na convocatória seguinte (para os jogos com Arménia e Argentina).

Mas não se fica por aí. Ele já tem a receita para o regressar à seleção. «Respeito [as escolhas do selecionador] e sei que para lá voltar tenho de trabalhar mais», assume sem rodeios. Pois, como lembra, «a carreira de um jogador não é só sucessos».