Hugo Viana chegou aos Emirados Árabes Unidos em junho de 2013 para representar, por duas épocas, o Al Ahli, e foi logo campeão no ano de estreia, mas em outubro de 2014 trocou os ‘red knights’ para ingressar no Al Wasl da mesma Liga e da mesma cidade.

Em Portugal, essa troca soaria mal aos adeptos, mas no Dubai isso não aconteceu. Como também os despedimentos são normais, como se pode ver pela situação de José Peseiro.

Quanto ao seu caso, de mudança de clube, Hugo Viana afirma que «há rivalidade, mas nada de extraordinário ou que passe do normal». «Os adeptos não viram essa mudança como algo mau. Vive-se muitíssimo bem com as cores dos outros, com as trocas de clubes, com a presença de um jogador na bancada de um clube rival. São muito pacíficos, em tudo e no futebol não fogem a isso», revelou ao Maisfutebol.

Ainda assim, essa troca de emblema não correu bem a Hugo Viana. Mas as razões foram outras. O esquerdino esteve parado 112 dias porque a sua inscrição chegou tarde ao gabinete da federação.

«Foram rigorosos, mas percebo… ambos os lados. O lado do clube em querer pôr-me a jogar, porque foi por isso que me contratou, e o lado da federação em não deixar. Mas está tudo resolvido e não houve problemas», disse o médio.

No entanto, foi um período difícil para o médio: «Foi complicado e uma novidade para mim. Tive de treinar e de me esforçar mais do que os outros, para no regresso estar à altura ou não muito longe da forma exigida. Mas, felizmente, aos 32 anos, não me criou nenhuma mazela, nem física nem psicológica e regressei bem.»

«Só penso na Seleção como adepto, nada mais»

Quem esteve muito bem nesta Liga que «não dá para comparar a nenhuma europeia, a não ser no aspeto da limitação de estrangeiros como acontece, por exemplo na Turquia» e que «carece ainda de algum profissionalismo», foi José Peseiro.

O treinador português, que treinou Hugo Viana no Sporting, em 2004/2005, e no Sp. Braga, em 2012/2013, chegou ao comando técnico do Al Wahda em novembro de 2013, poucos meses depois do médio (ambos procedentes dos bracarenses) e deixou o clube em fevereiro passado.
 
«Fez um trabalho muito positivo, não sou apenas eu que o digo. É uma avaliação geral. E acho que os portugueses, mesmo que não acompanhem muito esta Liga, também se devem sentir orgulhosos do trabalho que ele fez aqui», começou por dizer o médio.

«Chegou com a equipa no décimo lugar e terminou em segundo. Agora, saiu com a equipa no terceiro lugar, muito acima do que estava no mesmo período na temporada passada. A saída foi estranha, mas não a acho anormal porque já estou habituado a que, aqui, se por algum motivo não estiverem satisfeitos, não tenham qualquer problema em mandar embora seja treinador ou jogador», acrescentou.