O futebolista português Fábio Silva abriu o coração para falar do seu percurso no Wolverhampton, lembrando as dificuldades da sua segunda época no clube inglês, em 2021/22, associada às «dúvidas» que teve sobre as suas «capacidades» no futebol.

«A segunda época aqui no Wolves, penso que foi a época mais difícil da minha carreira até agora. Às vezes, comecei a ter dúvidas sobre mim, sobre o meu futebol, sobre as minhas capacidades, devido ao que as pessoas diziam, ou coisas dentro do campo e no balneário. Vou dizer a verdade, às vezes, em alguns dias difíceis em casa, às vezes choro sozinho em casa, não tenho problemas em dizer isso, porque sou uma pessoa normal, às vezes também tenho os meus maus momentos», referiu Fábio Silva, de 21 anos, em entrevista ao The Express & Star.

O antigo avançado do FC Porto, que no verão representou Portugal no Europeu sub-21, fase em que a seleção nacional foi eliminada pela Inglaterra nos quartos de final, revelou que teve um verão «difícil» e que esteve «muito perto» de sair do Wolverhampton.

«Claro, foi difícil [ndr: este verão]. Não muito difícil porque tive o Europeu com Portugal, por isso a minha cabeça não estava a pensar em transferências. Se não tivesse o Europeu, talvez teria sido mais confuso. Depois do Europeu, houve muito ruído sobre se eu ficaria ou iria, mas tive alguns bons pontos para ficar aqui no Wolves», afirmou.

«No PSV, houve algumas informações a surgir, de que a minha ideia não era continuar aqui e, claro, as pessoas leem isso, mas eu tive de vir para a pré-época, porque sou jogador do Wolves. Vim treinar, mas a minha ideia era esperar por algo para sair, não vou mentir. Estava a treinar na pré-época no Algarve com o Lopetegui, que é um treinador incrível, falou comigo para dar-me bons pontos para ficar. Quando disse ao meu agente que queria ficar, o Lopetegui foi uma das chaves para isso, mas depois saiu», afirmou, dizendo também que o diretor desportivo Matt Hobbs foi «em parte uma peça chave do projeto» para que ficasse.

O jovem avançado luso, agora treinado por Gary O’Neil, falou ainda dos adeptos como um ponto significativo para ter força e continuar. «Penso que o Wolves tem uma pessoa muito boa atrás do clube. Gosto da forma como ele fala comigo e como me trata. Claro, o meu presidente, Jeff Shi, é incrível. Cuida de mim e fala comigo como se fosse um filho», frisou, falando também do papel do novo técnico.

«Depois de estas pessoas [ndr: falarem comigo e o Gary também – é muito bom e deu-me confiança para começar – eu quis ficar», prosseguiu, recordando também os adeptos. «Os adeptos são um dos segredos para que eu esteja aqui, porque quer eu jogue, quer não jogue, eles apoiam-me», assinalou, focado no presente.

«Agora quero ter uma época incrível e ajudar o Wolves a estar na melhor classificação possível. Quero ajudar o Wolves com golos e assistências, tanto quanto possível. No futuro, vamos ver. O futuro não é importante se não pensares no presente, por isso, se o presente for bom, o futuro vai ser bom, com certeza», expressou.