A passagem aos quartos de final da Liga dos Campeões e a liderança na Liga francesa fazem do Mónaco de Leonardo Jardim uma das equipas sensação desta temporada.

A proposta de jogo arrojada dos monegascos está no ADN do conjunto orientado pelo técnico português, até agora tido pela crítica como conservador nas abordagens aos jogos.

Em declarações à margem do Football Talks, Jardim explicou o que mudou particularmente de um ano para o outro numa equipa que este ano já leva 129 golos marcados em todas as competições face aos 86 apontados em toda a época passada.

«Como é que se muda tanto uma equipa? Voltaram ao clube dois dos atacantes que não estavam no ano passado: O Falcao e o Valère [Germain]. Também a progressão de um jovem atleta como o Kylian [Mbappé]. Isso deu à equipa outra capacidade de concretização em termos ofensivos. A aquisição de alguns jogadores para o corredor também permitiu outra qualidade ofensiva. O treinador é sempre o mesmo», disse em conversa com os jornalistas depois de falar a uma plateia sobre a performance desportiva e aflorou o tema.

O treinador português disse adaptar-se simplesmente aos recursos que tem à disposição e, nesse sentido, adotar uma postura «realista».

«Se for treinar o Sporting vindo de um Sp. Braga tenho de conseguir resultados porque os adeptos não estão à espera de espectáculo. Querem resultados», vincou numa conversa conduzida pelo jornalista da RTP Daniel Alves. «Neste ano reforçámos o plantel e há a possibilidade de dar um pouco de espectáculo», acrescentou.

Acima de tudo, ganhar; se possível, com nota artística. É esta a visão de Jardim. «O meu futebol é ganhar e jogar bem. Esse é o objetivo de todos. Mas quando não tenho os melhores jogadores para jogar bem, com certeza que prefiro ganhar. [Mas] Quando podemos conciliar as duas coisas, acho que devemos respeitar o espectáculo e os adeptos», rematou.