- Como analisa o actual momento do Benfica?

- Está a caminhar para o Benfica de há alguns anos. Tem mais crédito a nível europeu e um plantel bastante equilibrado. Tem pessoas que têm sabido gerir o clube. Por isso, está no bom caminho.

- Acha que se reforçou de forma suficiente para ser campeão?

- Sou sócio do Benfica e acho que está na hora de as pessoas deixarem de ter aquela necessidade e ansiedade de ser campeão. Não é fácil construir uma equipa. Mas agora, desde que o Manuel Vilarinho e o Luís Filipe Vieira estão no Benfica, tem-se construído uma base forte. É preciso deixá-los trabalhar com tranquilidade e tempo, pois só assim as coisas podem acontecer. Temos os exemplos do Boavista e do Sporting. Este último deixou de cometer os erros dos últimos anos, consolidou um grupo forte e em três épocas foi campeão duas vezes. É nessa perspectiva que as pessoas do Benfica, por muito que lhes custe, devem perceber as coisas. Têm de ter consciência que o futebol é assim. Tem de haver condições e tranquilidade para a equipa voltar a vencer no futuro.

- Quer dizer que o F.C. Porto e o Sporting são os grandes candidatos ao título?

- Não. O Benfica, bem ou mal, é sempre visto como candidato. Mas é bom que os dirigentes não falem no título como na época passada. Por aquilo que me apercebo, apenas estão a pensar jogo a jogo e só no fim vão fazer as contas. É por aí que o Benfica tem de desbravar caminho. O futebol é complicado, porque há 90 minutos todos os fins-de-semana e a realidade nem sempre corresponde às expectativas.

- Então, aposta em quem?

- Gostava que o Benfica fosse novamente campeão. Mas o Sporting tem a vantagem de ser o detentor do título; o Boavista, por exemplo, já tem uma rotina e o mesmo treinador há muitos anos; o Benfica e o F.C. Porto sofreram um pouco com a troca de treinadores e cada técnico ainda se está a impor no plantel, mas isso não é necessariamente uma desvantagem. Vai ser um campeonato muito competitivo.