- Vale a pena estar no futebol francês?

- Muito honestamente, acho que sim, apesar de no primeiro ano as coisas não terem corrido como pensei, porque fui sempre titular na última época em que estive no Benfica e depois fiz poucos jogos. Mas na temporada passada fui dos jogadores mais utilizados no plantel do Bordéus e fiz mais de 40 desafios. Foi uma época bastante positiva, tanto para mim como para a equipa. Esta temporada, só espero fazer, no mínimo, igual. Se possível melhor, claro.

- Fez-lhe bem vir para França. Pensava isso quando saiu de Portugal?

- Foi difícil sair do Benfica. Era muito jovem e tinha 22 anos. Tinha passado mais de metade da minha vida naquele clube. Deixei tudo para trás, por uma nova vida e por uma nova aventura. A minha esposa trabalhava e teve de deixar a sua profissão. Mas neste momento sinto-me bastante bem aqui.

- Tem alguma mágoa por ter sido um pouco esquecido pela selecção?

- Não, não tenho mágoa nenhuma. Mas é claro que os grandes jogadores gostam de estar nos grandes palcos. Não fujo à regra. Apesar de ter feito um ano em cheio no Bordéus, o seleccionador António Oliveira escolheu aqueles que achava estarem em melhores condições para representar o nosso país. As pessoas têm de respeitar as opções dos outros. Os jogadores que estiveram no Campeonato do Mundo fizeram tudo para lá estar, se bem que os outros, que não estiveram, também tenham feito tudo para lá estar. O futebol é mesmo assim. Temos de saber respeitar todas as pessoas, desde os treinadores aos dirigentes.

- Acha que pode estar no Euro-2004?

- É um sonho. Em suma, é um objectivo. Sou um jogador que passou por todas as camadas jovens da selecção portuguesa e inclusive já esteve na selecção B. É um grande orgulho representar o meu país e adoraria representar a selecção principal. É uma meta que todos os jogadores têm e eu não fujo à regra. Estou disponível já a partir de amanhã. Trabalho para isso e só espero pela minha oportunidade. Se não a tiver, o mundo não acaba.