Beto já disse adeus ao Sevilha, depois de três anos e meio ao serviço do clube onde conquistou a Liga Europa três vezes seguidas.
 
O guarda-redes português sai do clube como capitão e, escreve esta terça-feira o Sevilha na sua página oficial, «vai embora um grande campeão e um grande sevilhista».
 
Os elogios são mútuos e por isso Beto, que sempre foi muito acarinhado pelos adeptos, escreveu uma emotiva carta de despedida.
 
«Hoje é um dia triste para mim… um desses dias que nunca queremos que chegue.
 
Cheguei ao Sevilha no mercado de inverno da temporada 2013 e desde que me pus debaixo dos postes do Vicente Calderón, no dia seguinte a aterrar, soube que esta passagem por este grande clube não seria apenas mais uma etapa da minha vida.
 
Receberam-me de braços abertos desde o primeiro momento, tanto o clube, como a cidade que me acolheu como mais um daqui, e senti-me sempre acarinhado por todos, especialmente pelos adeptos, com os quais tive logo, o que sempre chamei, um bonito casamento.
 
Nestes três anos e meio, que vivi intensamente com toda a força e paixão com sempre trabalho, deixando sempre a última gota de suor, vivi momentos bons, muito bons e outros maus.
 
Tive a enorme sorte de viver esta época dourada do Sevilha, desfrutando da conquista de três Ligas Europa consecutivas, que faz com que some quatro na minha carreira. Escusado será dizer que aquela de que tenho melhores recordações é a primeira, na qual tive a oportunidade de contribuir com a minha parte em eliminatórias inesquecíveis contra o Betis, FC Porto, Valencia e culminando na disputa nos penáltis contra o Benfica na final da Turim.
 
(…)
 
Obrigado a todos os meus colegas com quem partilhei o balneário, aqueles que ainda cá estão e aqueles que já foram. Mais do que apenas um balneário fomos sempre uma grande família. Sinto-me muito orgulhoso. Foi muito importante para mim ser vosso capitão até o último dia.
 
Obrigado também à imprensa, que sempre me tratou com respeito e cordialidade. 
 
E menção especial merecem os adeptos: nunca vou esquecer aquilo que se sente ao subir o Sanchez Pizjuan, a ouvir o hino do Centenário desde o túnel. OBRIGADO, em letras maiúsculas, aos melhores adeptos do mundo por me terem apoiado sempre nos bons e nos maus momentos. Senti sempre esse apoio dentro e fora de campo. 
 
Obrigado a Sevilha por me ter acolhido como um filho desta cidade maravilhosa. Mal cheguei apaixonei-me por Sevilha, pelas pessoas e em especial por uma sevilhana que já faz parte da minha vida e que me deu uma segunda família aqui, razão pela qual a minha ligação a esta cidade será para sempre.
 
Levarei o Sevilha e a cidade sempre no meu coração. Como digo sempre: não posso ser sevilhano, mas posso ser sevilhista.
 
Muito obrigado a todos.»