Helena Costa foi apresentada nesta quinta-feira como treinadora do Clermont Foot. A portuguesa será a primeira mulher a sentar-se no banco de uma equipa profissional masculina, mas não quer que isso influencie a avaliação do seu trabalho.

«Sei que o impacto é enorme, mas peço que me olhem como um treinador normal, avaliado pelos resultados e pelo trabalho, não por ser mulher. Quero apenas ser avaliada pelo trabalho e pelos resultados», afirmou em conferência de imprensa.

Helena Costa, que falou em francês, inglês e português, insistiu várias vezes nesta ideia da avaliação pela competência, e não pelo género. «Encaro isto como a minha profissão, e não queria que encarassem isto como uma aventura ou uma jogada de marketing, mas como o meu trabalho», afirmou.

A portuguesa assumiu ter encontrado obstáculos ao longo da carreira, por ser mulher, mas lembrou que estamos em 2014, e que esta oportunidade dada pelo Clermont deve ser considerada normal: «Não vou mentir. Encontrei dificuldades, mas estou aqui. E é pelo meu trabalho, e não por outras coisas. É normal, quando és pioneira, quando estás a começar algo, encontrar obstáculos.»

Helena Costa manifestou depois a vontade de contar com o apoio da comunidade portuguesa nesta nova etapa, mas não demonstrou interesse especial em contar com compatriotas no plantel: «Quem contrata é o diretor desportivo. Há uma ligação grande, como em qualquer clube, mas não sou eu a responsável. O jogador português pode ser uma mais-valia se tiver qualidade, como um espanhol, um inglês ou um francês.»