(artigo atualizado)

Depois do desaire fora de portas com o Brighton, José Mourinho sofreu nesta segunda-feira a derrota mais pesada da carreira em casa: 0-3 na receção do Manchester United ao Tottenham.

O técnico procurou solucionar os problemas aplicando medidas radicais. Trocou seis jogadores relativamente ao onze inicial da derrota com o Brighton no passado fim de semana (3/4 do setor defensivo) e deu os primeiros minutos da temporada a Antonio Valencia, Smalling, Phil Jones, Ander Herrera e ao ex-benfiquista Matic.

Uma primeira parte de nível competitivo bastante aceitável frente a um adversário poderoso chegou a dar a sensação de que a crise que o Manchester United atravessa conheceria nesta segunda-feira um fim ou, pelo menos, um hiato.

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Os Red Devils venceram o adversário aos pontos nos primeiros 45 minutos. Levaram a melhor na maioria dos assaltos mas não conseguiram capitalizar a superioridade, muito por culpa da falta de acerto de Lukaku. O avançado belga esteve muito em jogo mas falhou uma das melhores ocasiões da partida aos 15 minutos, quando atirou ao lado com a baliza desocupada depois de contornar Lloris.

Com dificuldades em ligar o jogo, o Tottenham só esporadicamente conseguia chegar à área contrária com perigo, mas quando o fazia punha a nu as debilidades defensivas da equipa de Mourinho. Os últimos minutos da primeira parte já mostraram uma equipa visitante em franca ascensão e a deixar o aviso para o que aí vinha.

A equipa londrina manteve o pé no acelerador nos minutos iniciais da etapa complementar. Dele Alli ameaçou em duas ocasiões e Harry Kane concretizou as ameaças aos 50 minutos ao cabecear colocado após canto batido da direita.

Começava aí o descalabro completo do conjunto orientado por Mourinho. Dois minutos volvidos, e logo após Lloris salvar evitar o empate a Lukaku, Eriksen explorou uma autoestrada no corredor direito e cruzou para o remate de Lucas Moura, que ampliou para 2-0.

KO em 133 segundos.

É fácil identificar aquilo em que o Manchester United tem falhado neste arranque de época. À aparente falta de compromisso coletivo aliam-se erros primários que a falta de confiança potencia.

Mourinho, que esgotou as substituições num espaço de cinco minutos (entre os 56’ e os 61’), é a face maior da catástrofe desta segunda-feira mas, verdade seja dita, está longe de ser o único responsável.

O que dizer, por exemplo, da fífia monumental do ex-benfiquista Lindelof quando isolou Dele Alli na cara de David De Gea? Ou da forma como Smalling foi ultrapassado por Lucas Moura aos 85 minutos quando o brasileiro fez o 3-0 e bisou na partida?

Conseguirá o treinador português sobreviver a isto?