José Mourinho abriu as portas do centro de treinos do Chelsea para o amigo Hristo Stoichkov. Falaram dos tempos em que trabalharam juntos no Barcelona e de outros assuntos, numa entrevista para a Univisión.

O búlgaro perguntou ao português se a Liga espanhola era a melhor do mundo, e Mourinho respondeu sem rodeios. «Eu cheguei a Espanha nos anos do super Barça e o Real Madrid precisava de ganhar alguma coisa a todo o custo, precisava de acabar com o domínio do Barcelona, que era um domínio demasiado claro. Foram três épocas em que foi muito difícil vencer, mas não foi difícil vencer por causa dos adversários, foi difícil porque o Barça não perdia pontos», respondeu.

O técnico do Chelsea frisou que em Espanha a luta pelo título resume-se a dois candidatos crónicos: «A Liga que ganhei com 100 pontos foi uma loucura, e as que perdi com 92 e 93 pontos também foram uma loucura. Eu digo que em Espanha há dois gigantes, mas fora disso não é uma liga competitiva».

Já no que diz respeito à Premier League a análise é diferente: «A Liga inglesa é muito competitiva! Mentalmente, as pessoas estão mais preparadas para competirem. Ninguém tem medo de jogar com os grandes. E mesmo em termos económicos, todos têm capacidade para competir. A liga inglesa é a melhor, no sentido competitivo global».

Questionado sobre as comparações com Alex Ferguson, Mourinho mostrou-se lisonjeado, mas não vê tal como realista: «Não! Gostava muito, mas não é possível».

O português garantiu ainda sentir-se bem em Inglaterra, e para já não tenciona sair, embora não feche a porta a uma mudança para os Estados Unidos, quando confrontado com tal hipótese.

«Continuo a desfrutar do futebol europeu. Hoje digo que não à MLS, mas dentro de dez anos não digo que não seja possível».

Entre sorrisos e cumprimentos, Stoichkov e Mourinho recordaram vários momentos que partilharam, numa entrevista mais informal e descontraída, onde o português recordou ainda um episódio que passou com Deco, quando ainda treinava o União de Leiria.

«Com quem mais aprendo é com os jogadores. Aconteceu-me uma vez com o Deco, quando ainda treinava o Leiria. Jogámos com o Porto e durante o jogo insultámo-nos. Umas semanas depois eu fui treinar o Porto e quando cheguei ao balneário estavam todos a olhar para mim menos ele. Cheguei ao pé dele e perguntei o que se passava. Ele encolheu os ombros e eu respondi: "isso já passou, agora estamos juntos e és meu jogador"», relembrou.