O treinador português José Mourinho contou como é que se proporcionou a ida para a Roma, dizendo que tudo foi numa questão de horas, após ter saído do Tottenham. O técnico de 58 diz que ficou seduzido pela «aproximação humilde» que o fez sentir de novo a paixão do futebol em Itália, onde já foi campeão nacional e europeu, pelo Inter de Milão.

«Eles queriam-me muito. Foi quase automático. Eu saí do Tottenham de manhã e a Roma a contactar-me à tarde. Queriam-me muito, foram objetivos. Fizeram-me sentir a paixão italiana à volta do futebol, neste caso específico à volta da Roma, um clube sem troféus há cerca de 20 anos, novos proprietários [Dan Friedkin], com uma aproximação humilde. Fizeram-me sentir a paixão pelo trabalho e não tive de pensar muito, porque marcaram-me da maneira como chegaram até mim», disse, em declarações à edição portuguesa da revista GQ.

Mourinho rotulou ainda esta missão de «impossível» e explicou porquê.

«Apanho a Roma num período de nova propriedade e gestão, mas apanho num momento em que senti empatia com os proprietários, o diretor-geral, fizeram crescer em mim imediatamente a motivação e lá vou com mais uma missão impossível. E quando digo missão impossível, digo porque as pessoas olham sempre para mim e aos olhos delas há só um modo de analisar o sucesso, que é: ele tem de ganhar. E o tem de ganhar tem muito que se lhe diga. Eu digo sempre que se um dia viesse para Portugal treinar o Belenenses ou o Gil Vicente, se não fosse campeão não era sucesso», defendeu, admitindo que nem sempre tomou as melhores decisões ao longo da carreira.

«Às vezes engano-me, não é que tenha sempre escolhido o projeto certo, ou eventualmente pode ter também acontecido ter sido enganado na direção dos projetos. Cometi os meus erros ou fui induzido de forma pouco honesta a aceitar coisas que não devia ter aceitado. Quem tem objetivos, motivações, nunca envelhece. E às vezes não acredito que tenho 30 anos de futebol profissional e 58 anos, porque não envelheço. Renovo sempre as minhas motivações e tenho tido projetos diferentes de alguns que já tive. Apanho o Manchester United, para não dizer em decadência, prefiro dizer em transição. Apanho o Tottenham cuja história não é de sucesso», disse, ainda.