Aos 15 anos, Rony Lopes trocou Portugal por Inglaterra para jogar no Manchester City. Esteve quatro temporadas no clube, mas na última já jogou em França, no Lille, por empréstimo. França acabou por ser o destino seguinte do jovem médio que assinou pelo Monaco na época passada e voltou a ser emprestado ao Lille, tal como nesta temporada.

Em entrevista ao Maisfutebol, o jogador fala da adaptação aos dois países, das questões culturais que causaram alguma estranheza, e dos petiscos do pai.

«Foi muito mais fácil adaptar-me aqui a França, mas o contexto era diferente», conta o médio de 20 anos. «Cheguei a Inglaterra muito novo com o meu pai, nenhum de nós falava inglês e o risco era muito grande. Felizmente, tivemos a companhia e o apoio um do outro e conseguimos passar um dia de cada vez até estabilizarmos e termos condições para a minha mãe e os meus irmãos irem viver para Manchester connosco».

E o núcleo familiar sofreria nova cisão. «Quando vim para França foi novamente complicado dividir a família, mas o patamar já era outro e mesmo eu já era mais maduro e tinha a experiência de Inglaterra, por isso adaptei-me rapidamente», revela Rony Lopes, que continua a viajar constantemente para Inglaterra. «Volto lá com alguma frequência porque deixei muitos amigos no City e o meu irmão ainda lá estuda e vive com a minha mãe».

Em França, comunicar não é um problema. «Felizmente aprendi francês rapidamente e consigo falar com toda a gente do clube na sua língua, seja em inglês, espanhol, ou, com o Éder, em português».

Nem tudo é tão fácil. «Ainda não me adaptei bem foi à comida aqui, mas em Inglaterra era igual, o que não é de estranhar porque fui muito bem habituado em Portugal pela minha mãe e pelo meu pai que é brasileiro e que, além de me ajudar no dia-a-dia, ainda é o responsável pelo petisco», frisa.

«Em relação às pessoas, são em geral muito abertas e disponíveis, se bem que foi estranho habituar-me ao cumprimento entre homens com dois beijinhos... Ainda hoje é... vá, estranho», conta Rony Lopes, sem esconder o riso.

E gosta mais de viver em França ou Inglaterra? «Sinto-me bem em qualquer lado. Desde que esteja bem acompanhado e com família por perto, estou bem», garante.

«Sou recatado, gosto de estar por casa rodeado de gente de quem gosto e isso para mim é suficiente. De resto, o estilo de vida de um jogador profissional em Inglaterra e em França é muito semelhante. Casa-treino, treino-casa, casa-jogo... E eu gosto».