Ricardo Sousa, treinador do Mafra, em declarações aos jornalistas após o jogo com o Mafra para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal:

[Golo cedo desmontou a estratégia do Mafra?]

«Sem margem para dúvidas. Sabíamos que o FC Porto entra muito forte nos jogos. Seria muito fácil meter dez jogadores atrás da linha da bola, ter um jogador na frente e esperar o que o jogo daria, mas estaria a ser injusto em relação ao que peço aos meus jogadores.

Infelizmente, o FC Porto marcou muito cedo. E a jogar da maneira como jogamos, se o 0-0 perdurasse um bocadinho mais, poderíamos ter enervado um pouco o FC Porto.

Mas os meus jogadores dignificaram o clube, deram tudo pelo emblema que vestiram.

Se fizéssemos o 2-1, iríamos criar alguma instabilidade. Tivemos oportunidades para fazer, mas batemos na ineficácia ofensiva que já nos acontece na II Liga. Não fizemos e o FC Porto fez o 3-0 que matou as nossas aspirações.

Sabíamos que íamos defrontar o campeão nacional, que teríamos um jogo muito complicado e que teríamos de errar muito pouco. Não foi possível, mas saímos de cabeça erguida.»

[Não retirou a identidade da equipa e ainda assustou o FC Porto aqui e ali. Sai mais satisfeito do jogo por isso?]

«Satisfeito não deixa, porque fico com uma azia do carago sempre que perco, independentemente de jogar bem ou mal. Hoje dificilmente vou dormir, porque lido muito mal com a derrota.

Hoje não estaria a ser justo com os meus jogadores se abdicasse do que lhes tenho passado ao longo de quase dois anos. Sei que corri riscos ao pedir-lhes que fizessem contra o campeão nacional o que têm feito, mas não foi por isso que perdemos.

O que nos prejudicou foi o golo tão cedo. (…) E se naquela altura fazemos o 2-1, o jogo teria uma história diferente.»

[A festa da Taça]

«Dignificámos uma festa bonita em Mafra. Foi feito um esforço monumental para conseguir ter mais duas bancadas, a direção fez um trabalho fenomenal. Desfrutámos do dia e é uma aprendizagem para o futuro.»

[Especial defrontar um clube que é inseparável da família Sousa e onde o Ricardo jogou, tal como o seu pai e o seu filho?]

«É sempre especial. Foi o clube que me criou, que fez de mim o jogador que eu fui e também o homem que sou, porque fiz parte da formação do FC Porto. É dignificante para mim defrontar a minha casa-mãe.»