«Factos graves» diz o Governo, «matéria delicada» tinha anunciado a Federação. Desta vez, terá sido um confronto com elementos do controlo anti-doping. Antes tinha entrado em confronto físico com um jornalista, depois geriu mal a informação do caso Nani, a seguir vieram as declarações (posteriormente remendadas) de Deco, e Ronaldo acaba a despedir-se do Mundial, no jogo com a Espanha, com um «Assim não vamos lá, Carlos!».

Os objectivos para o Mundial foram cumpridos com serviços mínimos: apuramento para a África do Sul no play-off e passagem aos oitavos-de-final no segundo lugar. Pelo meio, a goleada da prova, um 7-0 à selecção com pior ranking presente. A eliminação perante a Espanha dilui o sentimento de fracasso, mas a Selecção parece ter voltado a um passado distante, em que se fechava como uma concha sobre a sua baliza e atacava com muito poucos. Ficará sempre a imagem de que podia ter sido bem melhor.

Tudo somado, a era Queiroz está longe de ser brilhante e já se fala em despedimento. «Rescisão amigável» ou por «justa causa» são os cenários avançados. Na sua segunda passagem pela Selecção, Queiroz volta a não convencer ser a pessoa certa para o cargo. E volta a levantar demasiada poeira à sua volta para quem tem tanta responsabilidade. A verdade é que parece ser claro, para quase todos, quem semeou os ventos...