Uma vista de olhos no regulamento não tira todas as dúvidas em relação à forma como deve ser feito o cálculo final da nota dos árbitros e respetivos assistentes, daí a interpretação diferente que foi dada este ano.

O artigo 4 do Capítulo 1 das Normas de Classificação, aprovadas a 10 de julho de 2012, refere que «a pontuação final corresponde ao somatório das classificações de todos os jogos (incluindo as notas resultantes dos testes escritos e físicos), corrigidas pelos coeficientes dos observadores e adicionadas pelo grau de dificuldade competitiva, a dividir pelo número de jogos em que foi observado».

Classificação vai ser impugnada

Ora o problema está em perceber se a média dos testes escritos e físicos corresponde exatamente a um jogo e também entram na divisão. Até esta temporada sempre foram incluídas, apoiando-se nos artigos 2.1.1, que diz que «o teste escrito será reconvertido numa nota semelhante a um relatório técnico» e no 2.2.3 que diz o mesmo para o teste físico embora acrescente que é «um relatório técnico adicional».

Ou seja a secção de classificações, responsável pela classificação, apenas considerou as notas dos testes para a soma e não para a divisão, contrariando o que sempre foi feito, de acordo com várias fontes contactadas pelo Maisfutebol.

Devido à diferença mínima nas últimas eleições para o organismo, a secção de classificações é formada por dois elementos da lista de Vítor Pereira e dois elementos da lista que era encabeçada pelo ex-árbitro Paulo Costa. Pelo menos um dos homens da lista do atual presidente aprovou a classificação, uma decisão que vai contra o que Vítor Pereira pretendia.

Vítor Pereira já esta época tinha perdido poder sobre os graus de nomeação, que passaram para a secção de classificações. Os graus de nomeação são o valor acrescido à nota que os árbitros recebem conforme o grau de dificuldade do jogo (mínimo é 0.20 e os outros valores possíveis são 0.350, 0.5 e 0.650, o máximo, para jogos de elevado risco). Com o auxílio dos regulamentos, que assim o definem, a secção de classificações chamou a si essa responsabilidade a que se soma a escolha dos observadores. Para Vítor Pereira fica «apenas» a função de nomear os árbitros.

A falta de transparência na atribuição dos graus de nomeação é outra das queixas dos árbitros e um dos motivos invocados para tentar a impugnação desta classificação.