Mano Menezes chegou ao Flamengo em junho, mas só ficou três meses.

A derrota em cada por 2-4 frente ao At. Paranaense fê-lo bater com a parte e o clube da Gávea ficou, surpreendentemente, sem treinador.

O que falhou entre Mano Menezes e o Flamengo? Terá sido a veia demasiado «europeia» de um técnico visto como diferente do tradicional no futebol brasileiro?

Rui Malheiro, especialista em futebol internacional e analista da plataforma mundial «WyScout», comenta para o Maisfutebol: «Não acho que seja um treinador demasiado europeu para o futebol brasileiro. Aliás, nem mesmo Tite, que considero o técnico com ideias mais próximas das europeias, me parece demasiado europeu para o futebol brasileiro. Acho que a evolução dos clubes brasileiros e uma aproximação à forma como se trabalha na Europa só será conseguida com a contratação de boas equipas técnicas europeias ¿ não só treinadores ¿ e pela maior competência e profissionalismo do que se tem convencionado designar como ¿estrutura¿. Haverá paciência para isso? Tenho as minhas dúvidas, pois não creio que os dirigentes e, principalmente, os adeptos estejam interessados na europeização dos seus clubes e do seu futebol.»

Mas fará sentido pensar numa experiência europeia como próximo passo da carreira de Mano, que aos 51 anos já orientou a seleção brasileira e algus dos principais clubes brasileiros (Flamengo, Corinthians, Grêmio)?

Rui Malheiro comenta: «Em relação a Mano Menezes, já mostrou vontade em rumar ao futebol europeu e poderá vir a ter essa experiência. Contudo, face ao que aufere no Brasil, desconfio que não seja num clube de primeira linha do futebol europeu. Provavelmente, a Turquia, a Rússia ou a Ucrânia serão os mercados que poderão vir a interessar-se pelo seu concurso. Ainda assim, no Brasil já surgiram notícias que poderá estar a caminho do Corinthians e do Internacional de Porto Alegre. Verdade ou não, este rodízio de treinadores entre as principais equipas acaba por emperrar uma evolução e uma nova experiência num clube brasileiro poderá condenar definitivamente a tal aventura europeia de Mano.»