Não se pode dizer que a proximidade da estreia de Diego Maradona como seleccionador argentino tenha tornado El Pibe dOro menos polémico.
Na conferência de imprensa em que fez a antevisão do jogo com a Escócia, o técnico lembrou a forma insolente e ilegal com que apontou o primeiro golo à Inglaterra nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo de 1986, no México, e comparou-a ao golo de Hurst que abriu o caminho ao único título mundial britânico em 1966.
«A Inglaterra ganhou um Campeonato do Mundo com um golo que toda a gente pôde ver que não passou a linha. Acho que não é justo que as pessoas julguem-me por esse momento», atirou El Pelusa, lembrando o 3-2 britânico no prolongamento frente à Alemanha, com o remate de Geoff Hurst a bater na trave e a cair sobre a linha, com o auxiliar a validar a jogada. Ainda hoje, as repetições são inconclusivas. A Inglaterra venceu por 4-2.
Maradona garante que não está nervoso e que «se não tivesse aceite o cargo teria sido cobarde». E acrescentou: «Tenho um caminho longo e duro pela frente. Precisava da selecção e a selecção precisava de um guia. Vamos a percorrer este caminho juntos e vamos fazê-lo bem.»
Maradona aponta ao título mundial
«Quero ficar em primeiro e não nos quatro primeiros no Campeonato do Mundo. Não gosto nada disso dos quatro primeiros. Em grande parte o caminho será definido pelos jogadores, com o nosso acompanhamento», atirou o treinador, que diz estar a viver momentos muito intensos.
Diego acredita que pode ser o protagonista de uma nova era na selecção das Pampas: «O meu tempo chegou e estou a tirar prazer do momento. Vou trabalhar nas tácticas e a forma como encaramos os encontros, mas é muito importante que chegue ao coração dos jogadores. Penso que eles precisavam de alguém que os guiasse e posso fazê-lo. Quero que eles sejam felizes e sintam orgulho em usar esta camisola.»