Foi a «grandeza» do Marítimo que levou Mariano Barreto a aceitar trocar a selecção do Gana pelo clube insular, segundo revela o treinador, em declarações à Maisfutebol Rádio. Mariano Barreto historia o processo de uma desvinculação «complicada» da equipa africana e diz que espera agora estar à altura das ambições do Marítimo, onde sucederá a Manuel Cajuda.
O facto de o Marítimo estar em competição na Taça UEFA ajudou à decisão, admite o técnico. «Foi essa grandeza que fez com que eu trocasse. Porque todos as minhas ligações no passado foram a clubes de grande dimensão. A própria selecção do Gana é uma equipa que se enquadra entre as grandes selecções africanas, tem jogadores de nível mundial. E só um projecto que poderia enriquecer o meu currículum me faria mudar.»
«Espero poder agora estar à altura dos desejos e das ambições do clube, da sua direcção e dos seus muitos adeptos, que não se confinam à Madeira», prossegue o técnico, recém-chegado a Portugal: «Há muitos emigrantes madeirenses em todo o mundo e que olham para o Marítimo como um clube que os representa. Portanto foi essa grandeza toda que me fez regressar.»
«Ontem quando vim embora não tive grandes dúvidas e deixei de lado todas as preocupações que esta decisão me pudesse acarretar», revela Mariano Barreto, admitindo que não foi fácil o acordo para deixar o Gana. «Foi muito complicado, porque eu tinha um jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo e só se eu ganhasse é que sairia, de outra forma não poderia ser.»
O objectivo foi atingido, a partir daí Mariano Barreto diz que o cenário de ir para o Marítimo ganhou peso: «Ganhámos o jogo à selecção de Cabo Verde e o convite do Marítimo começou a mexer comigo, dado o potencial do clube, pela situação que ocupa neste momento no futebol nacional, pela ambição e o desejo manifestados pelo seu presidente em relação ao projecto que lançou e que está a defender. Só com um projecto destes eu trocaria uma selecção por um clube, que está a tornar-se a passos largos num clube grande.»
Mariano Barreto, que levou a selecção do Gana aos Jogos Olímpicos, tinha já tomado a decisão de abandonar um país onde estava já desiludido pelas dificuldades em lutar contra o amadorismo e os obstáculos logísticos. «O meu desencanto já era público», recorda o treinador que já esteve também na Alemanha, no Borussia Dortmund, como preparador físico, e no Lokomotiv Moscovo, da Rússia: «Antes dos Jogos Olímpicos já tinha manifestado a vontade de vir embora, mas esse plano estava previsto para o final da primeira volta, em meados de Outubro, a seguir ao jogo com o Congo. Só que os acontecimentos assim o ditaram e eu não tive dúvidas em tomar esta decisão. Agora só espero que a decisão que tomei se enquadre nas decisões que tenho tomado na minha vida e que tenha a felicidade que tenho tido nas decisões que tomei.»