Mário Figueiredo defende que a solução para os problemas do futebol português passa pelo alargamento do número de equipas no futebol profissional e uma consequente renegociação dos direitos televisivos e uma distribuição mais democrática desses dividendos.
«Em Portugal e em Espanha os direitos televisivos são negociados individualmente pelos clubes o que significa que, no caso português, os clubes auferem das receitas do futebol uma parte pequena. Dos 90 milhões de euros de receitas gerados pelos direitos televisivos, 26 foram para a Olivedesportos, o resto está tudo muito abaixo deste valor. Tem de haver uma maior democracia no futebol, uma maior democracia no mercado», defendeu no decorrer de uma entrevista no jornal das 8 da TVI.
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O dirigente considera que com o alargamento os clubes mais pequenos ficam a ganhar, mas os chamados grandes também. «Não podemos fazer um campeonato só com os três grandes. Com o alargamento, entra para o futebol no próximo ano quatro milhões de euros. O que está previsto, com mais dois clubes, é que cada um receba mais 1,8 milhões de euros. Queremos aumentar o bolo das receitas do futebol para todo os clubes. Os grandes também podem vir a ganhar mais do que ganham. Temos um negócio que está assente num modelo errado», referiu.
Além de maiores receitas, Mário Figueiredo diz que também é preciso um maior controlo sobre os gastos dos clubes e, nesse sentido, pretende inserir mais um controlo, além dos dois que já existem. «Atualmente fazemos dois controlos anuais nos clubes, um no início da época e outro em Janeiro, em que os clubes têm de provar que não devem nada aos jogadores. Mas existe uma lacuna entre outubro e abril. Quero introduzir um novo controlo de outubro a abril», .
Queremos ter todas as condições para a sustentabilidade do futebol em Portugal. Estamos a trabalhar para que em 2013/14 já tenhamos um aumento das receitas dos clubes. Um primeiro passo é o alargamento. Os últimos a entrar na liga auferem 1,8 milhões. Os que caiem na segunda liga só recebem 150 mil euros. O que queremos é um aumento da parte da receita e um controlo na parte da dívida. Quem tiver salários em atraso superiores a sessenta dias será penalizado, como está previsto nos regulamentos», destacou ainda.