O Marítimo venceu pela primeira vez em casa para a Liga e logo perante o eterno rival Nacional. Os golos de Fidelis e Sami coloriram o marcador, na segunda parte, e permitem aos comandados de Pedro Martins ultrapassarem os alvinegros na tabela classificativa.

O derby da Madeira teve todos os condimentos que tornam este tipo de jogos especiais: «sururus», cartões, expulsões, lances de perigo e defesas fantásticas. Apesar dos sentimentos que envolveram o jogo, os treinadores passaram ao lado dos sentimentalismos e mantiveram o ADN das equipas: o Marítimo, como habitualmente em casa, trabalhou mais a posse de bola enquanto, por outro lado, o Nacional apostou nos esticões e jogo promovidos pela velocidade de Mateus, Diego Barcellos e Mario Rondon.

Ainda assim, durante a primeira parte, o melhor jogador do Nacional foi Vladan. O guardião montenegrino negou, por duas vezes, o golo ao Marítimo: primeiro a Rodrigo António, após uma jogada de combinação do lado direito verde-rubro, e, depois, a Danilo Dias com uma intervenção digna de ser vista várias vezes na televisão.

Funcionava, nesta altura, o factor casa e os verde rubros estiveram quase sempre mais perto do golo. Danilo Dias voltou a ter o 1-0 nos pés, mas, já dentro da área, falhou a pontaria.

Os melhores momentos ofensivos do Nacional tiveram sempre um denominador comum: Mateus. Pertenceu, inclusivamente, ao angolano o lance mais perigoso do Nacional em toda a primeira parte: remate do número nove alvinegro para defesa atenta de Ricado Ferreira. De resto, apenas mais uma iniciativa ofensiva do Nacional culminou em remate, com assinatura de Diego Barcellos.

Marcar e gerir

Pedro Martins viu o esforço do Marítimo ser recompensado logo no início da segunda parte, numa jogada de insistência do ataque verde-rubro que terminou com um cabeceamento mortífero de Fidélis para o primeiro golo do encontro.

Curiosamente, a partir deste momento, as bases do jogo inverteram-se com o Nacional mais voltado para a baliza adversária e, consequentemente, o Marítimo a apostar nos sprints de Danilo, Sami e Fidélis. Mateus, outra vez ele, teve o golo à mercê mas não teve cabeça para corresponder da melhor maneira ao lançamento de Manuel da Costa.

Manuel Machado percebeu que precisava de injetar vocação ofensiva na equipa e lançou praticamente todos os elementos atacantes que dispunha no banco. A equipa perdeu equilibrio e, numa perda de bola, sofreu o segundo golo, num lance em que Rodrigo António esgotou as pilhas numa correria de mais de 30 metros até oferecer o golo a Sami.

Até final, o Nacional ainda podia ter reduzido, por Isael e Rondon, assim como Briguel teve nos pés a oportunidade de dilatar o resultado. No entanto, no computo final, a vitória do Marítimo acaba por coroar uma das melhores exibições colectivas da formação orientada por Pedro Martins.