O 10 sempre foi mais do que um número, um dorsal, mais até do que uma posição em campo. O 10 era o craque, o líder incontornável do ataque. Criador e, muitas vezes, também finalizador. No passado, muitas vezes o 10 era o 10, outras camuflava-se noutros números. «Os 10 e os deuses» recupera semanalmente a história destes grandes jogadores do futebol mundial. Porque não queremos que desapareçam de vez. 

--

Eusébio da Silva Ferreira. Pantera Negra. King. Deusébio. Um dez fora de série, que dificilmente caberia em três ou quatro parágrafos. Houve muito poucos maiores do que ele, mas isso todos vocês sabem. Ou viram, ou contaram-vos.

Velocidade: 100 metros em 11 segundos! Técnica, potência, elasticidade felina e uma alma do tamanho do mundo num dez que também foi 13 enquanto Magriço. O primeiro jogador africano de classe mundial. O gentleman que aplaudia os guarda-redes rivais.

Mafalala. O Sporting de Lourenço Marques, depois a luta entre Sporting e Benfica e a escolha a favor dos encarnados, debaixo do medo de rapto e dos dias escondido em Lagos. A Taça dos Campeões Europeus em Amesterdão, a segunda para os encarnados, a primeira para si, com dois golos seus, e a camisola do senhor Di Stéfano como troféu inigualável e mais brilhante que o caneco.

O futebol voltou para casa no Mundial de 1966, mas mesmo assim Wembley teve de fazer de porto de abrigo em vez de Liverpool, para a meia-final. O terceiro lugar, depois das lágrimas, continuou injusto, demasiado injusto, com uns ingleses a reclamar superioridade com um golo que nunca se saberá se o foi frente à Alemanha.

Os duelos com Pelé, do Benfica com o Santos, de Portugal com o Brasil.

Golos, muitos golos, de todos os gostos. Mais de 600, média de mais de um por jogo oficial, que houve mais de cem que não o foram. Uma verdadeira força da natureza, capaz de virar um 3-0 com um poker, frente a uma misteriosa Coreia do Norte.

15 épocas no Benfica, 11 títulos de campeão. Depois, Boston, Monterrey e Toronto na NASL. O Beira-Mar e Aveiro a seguir. A viagem com destino a Las Vegas, e o regresso, para o União de Tomar. New Jersey, por fim, e o indoor.

As lesões, que o acompanhavam há muito, e lhe dobravam a vontade. Os joelhos que já não aguentavam, e precipitaram tudo. O fim. E as vénias por todo o lado. Um nome pronunciado com sotaque e respeito. Deusébio. Eusébio. O King.

FIFA Futbol Mundial:

«Eusébio classic player»

Football's Greatest: Eusébio:


Eusébio da Silva Ferreira
25 de janeiro de 1942

1957-60, Sporting de Lourenço Marques, 42 jogos, 77 golos
1960-75, Benfica, 614 jogos, 638 golos
1975, Boston Minutemen, 7 jogos, 2 golos
1975, Monterrey, 10 jogos, 1 golos
1975-76, Toronto Metros-Croatia, 21 jogos, 16 golos
1976, Beira Mar, 12 jogos, 3 golos
1976-77, Las Vegas Quicksilvers, 17 jogos, 2 golos
1977-78, União de Tomar, 12 jogos, 3 golos
1978-79, New Jersey Americans, 9 jogos, 2 golos

Portugal, 64 jogos, 41 golos

1 Taça dos Clubes Campeões Europeus (Benfica, 1961-62)
1 Campeonato Provincial de Moçambique (Sporting Lourenço Marques, 1960)
11 títulos de campeão português (Benfica, 1960-61, 1962-63, 1963-64, 1964-65, 1966-67, 1967-68, 1968-69, 1970-71, 1971-72, 1972-73 e 1974-75)
5 Taças de Portugal (Benfica, 1961-62, 1963-64, 1968-69, 1969-70 e 1971-72)
1 campeonato NASL (Toronto Metros-Croatia, 1976)

Outros prémios individuais:

Bola de Ouro (1965)
Onze ideal para a «World Soccer» (1965)
FIFA XI (1963 e 1967)
Bota de ouro europeu (1968 e 1973)
Melhor marcador do campeonato português (1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1970 e 1973)
Melhor marcador do Mundial 1966
Equipa ideal do Mundial 1966
FIFA 100
FIFA International Football Hall of Champions
Melhores 100 jogadores do Campeonato do Mundo para a «France Football»
50 melhores jogadores do mundo para a «Planète Foot»
50 Maiores do Século para a «Guerin Sportivo»
Melhores 100 jogadores de todos os tempos para a «World Soccer»
Top 10 melhores jogadores do Século para a IFFHS
Ordem de mérito da FIFA (1994)
100 craques do século para a «Placar»

OUTROS 10

Primeira série:

Nº 1: Enzo Francescoli
Nº 2: Dejan Savicevic
Nº 3: Michael Laudrup
Nº 4: Juan Román Riquelme
Nº 5: Zico
Nº 6: Roberto Baggio
Nº 7: Zinedine Zidane
Nº 8: Rui Costa
Nº 9: Gheorghe Hagi
Nº 10: Diego Maradona

Segunda série:

Nº 11: Ronaldinho Gaúcho
Nº 12: Dennis Bergkamp 
Nº 13: Rivaldo
Nº 14: Deco
Nº 15: Krasimir Balakov
Nº 16: Roberto Rivelino
Nº 17: Carlos Valderrama
Nº 18: Paulo Futre
Nº 19: Dragan Stojkovic
Nº 20: Pelé

Terceira série:

Nº 21: Bernd Schuster
Nº 22: Nándor Hidegkuti
Nº 23: Alessandro Del Piero
Nº 24: Gianfranco Zola
Nº 25: Kaká
Nº 26: Lothar Matthäus
Nº 27: Teófilo Cubillas
Nº 28: Michel Platini
Nº 29: Johann Cruijff
Nº 30: Lionel Messi