Último dia de Janeiro. No futebol, é um dia de grande agitação nos gabinetes. É dia de ir à Liga inscrever as últimas contratações do mercado de Inverno. É o dia em que se fecham as portas, em que terminam as transferências. É a última oportunidade para os clubes equilibrarem os plantéis e poderem colmatar lacunas de uma época longa e desgastante.
Nesta abertura de Inverno, os intervenientes não fugiram à regra dos últimos anos. O mercado agitou-se com o Benfica a superiorizar-se aos mais directos rivais no que diz respeito às compras. Apontado por alguns como um plantel com algumas carências - um ponta-de-lança capaz de competir com Mantorras e Nuno Gomes e um guarda-redes para superar a longa ausência de Moreira -, os encarnados contrataram seis jogadores e só um deles chegou do mercado estrangeiro.
Isso reflecte uma política mais debruçada para a praça interna numa aposta clara em jogadores adaptados e conhecedores do campeonato português. Mas, curiosamente, o clube que mais comprou foi o Sp. Braga, com sete aquisições ao longo do mês de Janeiro, reflexo da necessidade de manter a equipa nos lugares cimeiros da Liga, mas também para suprimir algumas vagas de vulto como as saídas de Abel (Sporting), Nunes (Maiorca) e Jorge Luiz (Dínamo de Moscovo). Curiosamente, os minhotos perderam três titulares do seu sector mais recuado.
Sporting aposta nos empréstimos
Ainda no espaço dos grandes, não deixa de ser interessante a política realista do Sporting que contratou quatro jogadores - Romagnoli, Caneira, Abel e Koke -, todos eles com custos reduzidos a nível financeiro, pois apenas chegaram por acordo de empréstimo. Menos exuberante foi a política do F.C. Porto, em contraste com os anos anteriores, já que só contratou dois atletas para colmatar outras tantas as saídas (Hélder Postiga e Jorge Costa). O tão badalado defesa-esquerdo ficou adiado para o Verão e o jovem Anderson já estava assegurado no defeso da época anterior. Adriano, o segundo nome, chegou por empréstimo do Cruzeiro.
Dentro de uma política realista, o Rio Ave só contratou um jogador (Anic, ao Nacional), enquanto o Belenenses não dispensou ninguém. O Paços de Ferreira reservou uma surpresa no último dia de mercado, ao contratar o ponta-de-lança português João Paulo, ao Tenerife, numa operação de custos mínimos para um clube que faz do equilíbrio financeiro uma questão de princípio. Por último, esta reabertura de mercado também ficou marcada por uma novela mediática com abertura nos telejornais como foi a ida de Moretto para o Benfica e outra menos escaldante protagonizada pela saída de NDoye do Penafiel.