Os clubes pagaram, no ano de 2023, a maior verba de sempre em serviços de intermediação em transferências de futebolistas, num total de 888.1 milhões de dólares (cerca de 813 milhões de euros a esta data), informou a FIFA, no relatório “Agentes de futebol em transferências internacionais”, divulgado esta quinta-feira.

Em relação a 2022, existiu um acréscimo, no valor das intermediações pagas, na ordem dos 42,5 por cento, tendo em conta os cerca de 623 milhões de dólares (cerca de 570 milhões de euros) apresentados no último relatório divulgado pela FIFA sobre o tema.

De acordo com o organismo, a verba total entregue aos agentes corresponde a cerca de 10 por cento do total gasto pelos clubes em transferências.

Inglaterra é o país mais gastador, com a intermediação este ano a rondar os 257,65 milhões de euros, a maior fatia (cerca de 225 milhões de euros) em comissões nas entradas de jogadores em clubes ingleses.

No contexto de clubes pertencentes às confederações do futebol mundial, os europeus (UEFA) são os que têm a maior fatia na folha de pagamentos a agentes, com 86,6 por cento do valor total mundial contabilizado. «Da mesma forma, os clubes europeus empregavam 86,6 por cento de todos os agentes de clubes que contratam (entradas) e 86,2 por cento de agentes de clubes que vendem (saídas).

A nível mundial, a seguir a Inglaterra, surge o mercado da Arábia Saudita, que embora sem vínculo a agentes na saída de jogadores, passou a tê-los nas contratações, sendo em 2023 o segundo país mais gastador em intermediações: 78,7 milhões de euros.

Portugal: quase 60 milhões de euros movimentados em comissões

No relatório divulgado esta quinta-feira, são ainda detalhados valores com intermediações no mercado português, em entradas e saídas: sensivelmente uma a cada seis/sete contratações (15,1 por cento) efetuadas por clubes portugueses tiveram intermediação e aproximadamente uma a cada cinco vendas (22,3 por cento) também tiveram intermediação.

Quanto a valores movimentados, houve 27,66 milhões de euros em comissões nas entradas e 28,12 milhões de euros nas saídas de jogadores em Portugal. No total, das entradas às saídas, foram movimentados cerca de 55,78 milhões de euros.

O Transfer Matching System (TMS), divulgado todos os anos pela FIFA, em nome da transparência, apenas contabiliza a intermediação paga a agentes de clubes em transferências internacionais, não incluindo as transferências no mesmo país ou outros serviços pagos a empresários de jogadores.

O feminino entra pela primeira vez no sistema TMS, num ano em que foi gasto mais de um milhão de dólares em intermediação em contratações de jogadoras, com um valor que se situou, assim, perto dos 1,28 milhões de euros.