Os clubes portugueses são os que registam, até ao momento, o maior encaixe com transferências internacionais, de acordo com o relatório intermédio de verão, divulgado nesta sexta-feira pela FIFA.

Os números do sistema de monitorização de transferências internacionais atribuem 230 milhões de euros a clubes portugueses na janela de mercado iniciada a 1 de junho - dos quais cerca de 92 milhões resultantes de negócios com clubes espanhóis. Para este valor a maior fatia resulta dos negócios de Jackson Martinez e Danilo (FC Porto) e das vendas do Benfica para o Valencia.

Na segunda posição vêm os representantes da Liga francesa - 180 milhões de receita, com a maior fatia a ser proveniente de vendas para a Premier League – e só depois os espanhóis e alemães (120 milhões cada).

Como tendência geral, o dado mais relevante deste relatório é o facto de, pela primeira vez desde 2011, haver uma diminuição significativa, tanto no conjunto de transferências registadas (menos 7%) como no volume de verbas movimentadas (menos 18%). Esta não é, porém, uma conclusão definitiva, dado que ainda falta um mês para encerrar a janela de transferências na maior parte dos países.

A tendência para retrair investimento mantém-se se cingirmos a análise apenas aos cinco principais campeonatos (Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Itália), que até final de julho investiram menos 21 por cento do que há um ano. Refira-se que desde a entrada em vigor deste sistema de monitorização de transferências, em 2011, os Big-5 são responsáveis, em média, por 70 por cento das transferências em todo o futebol mundial.

Para esta quebra no mercado a nota mais significativa prende-se com a invulgar passividade dos clubes espanhóis, que até final de julho efetuaram apenas 80 contratações, contra as 188 dos ingleses e as 153 dos alemães. O Brasil é o terceiro mercado mais ativo (131 jogadores contratados), promovendo, tal como há um ano, muitos regressos de jogadores expatriados ao país de origem.

A Inglaterra lidera em quase todas as outras categorias, com destaque para o volume de investimento (375 milhões), que supera a soma dos investimentos dos clubes espanhóis e italianos (175 milhões para cada). A nota mais curiosa aqui prende-se com a emergência da China como potência compradora (75 milhões), sendo já a quinta Liga mundial em volume de investimento.

O futebol inglês tem também o maior número de saída de jogadores (177 nestes dois meses), contra 148 de França, 147 de Espanha e 133 de Portugal, que a quarta liga mais exportadora nas contas da FIFA. Os clubes ingleses são também, a larga distância os que pagam mais comissões a empresários (30 milhões de euros), contra apenas 750 mil euros declarados pelos clubes franceses.