Nasceu na Guiné-Bissau, teve uma meteórica passagem por Portugal e pela Academia de Alcochete e está em Inglaterra há quatro anos. Talvez por isso, apesar de ser internacional pelas seleções jovens portuguesas, os menos atentos não identifiquem à primeira Mesca, o jovem que se estreou pelo Fulham na última jornada da Premier League,
frente ao Chelsea de José Mourinho.
Mesca é Buomesca Tué Na Bangna, irmão de Armindo, conhecido no futebol por...Bruma. Mais velho dois anos do que o avançado do Galatasaray, Mesca é um talento em quem Martin Jol deposita legítimas esperanças para o futuro.
Por isso mesmo, desde a pré-temporada que o jovem de 20 anos treina com a equipa principal. Ao
Maisfutebol Mesca diz que já se sente mais um dentro do grupo, preparado para ajudar. «Já faço parte do plantel. Foi o próprio treinador que me disse isso», revela, em conversa com o nosso jornal.
FICHA de Mesca
Jogou 18 minutos na derrota com os «blues» por 2-0. Pouco tempo para brilhar e resultado amargo. Mas nada que desanime um jovem cheio de vontade de mostrar o que vale. Nem o facto de não ter saído do banco no
jogo da Taça da Liga com o Everton, a meio da semana.
«Penso que foi uma boa estreia. Era o que eu mais queria, jogar na Liga inglesa que para mim é a mais intensa da Europa. Foi uma boa experiência. É um sonho tornado realidade para mim. Agora, depois de começar, quero ir pouco a pouco para marcar o meu lugar», explica.
E garante que a estreia não lhe tirou o sono. «Dormi bem, obrigado», atira, entre risos.
Uma conversa rápida com Mourinho no túnel
Uma coisa Mesca deixa bem claro: a chamada a jogo não veio ao acaso. «Não foi uma surpresa, já estava a contar. Estava a trabalhar bem e só tinha de esperar a minha vez», conta.
«O treinador gosta de mim, disse-me para continuar a trabalhar como estava a fazer que iria acabar por jogar. Antes de entrar encorajou-me, disse-me que sou muito rápido, para acreditar. Foi o que tentei fazer», assegura.
Do lado de lá estava o Chelsea, clube que bem conhece. Afinal, foi para a equipa sub-17 dos londrinos que se mudou em 2009, quando deixou o Sporting, apenas um ano depois de chegar.
Começou bem a aventura inglesa, mas uma grave lesão obrigou-o a parar ano e meio. Quando voltou, o Chelsea já não contava com ele.
Mesca não se alonga muito neste tema. «Se foi especial por ser com o Chelsea? Não sei. Acho que sim», diz, entre risos. «Foi diferente», acrescenta. Mas sem qualquer mágoa: «É futebol...eu compreendo.»
Do outro lado estava, também, uma cara bem conhecida: José Mourinho. Não houve tempo para grandes conversas: «Falámos só uma coisa rápida antes do jogo. Foi «olá», «olá» e pouco mais. Ele já me conhecia.»
«Futuro? É o que o treinador quiser»
Agora que já sabe como é jogar na Premier League, Mesca quer mais. «Até ao final do ano o objetivo é continuar a trabalhar com a primeira equipa e lutar para ser convocado e jogar mais vezes. Depois é o que o treinador quiser», garante.
E deixa, mesmo, o futuro nas mãos de Martin Jol e do clube. «Vamos ver como vai ser. Se for para ir jogar nas reservas eu vou. Se quiserem emprestar-me, vamos ver isso também. Da minha parte vou continuar a treinar. Vai correr bem», atira, procurando convencer-se.
Afinal, depois de investir tanto da sua vida no futebol inglês, é lá que quer continuar. Porque Inglaterra já é a sua casa.
«Nos primeiros tempos foi muito difícil estar longe do meu país, agora é muito melhor. Sinto-me muito bem em Inglaterra, já me habituei à vida aqui, ao futebol, ao clima. Estou muito bem mesmo», conclui.
Um jogo de Mesca pelas reservas do Fulham (número 11 Na Bangna):
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28 set 2013, 09:00
Mesca: irmão de Bruma quer «marcar o seu lugar» na Premier League
Fulham lançou-o às feras frente ao Chelsea mas não o apanhou de surpresa: «Já estava a contar»
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