Os que acompanham o futebol sabem que Javier Aguirre cumpre os seus objectivos. Mesmo que tenha pouco dinheiro, jogadores medianos, ou seja, recursos diminutos. Foi o que fez nos últimos anos em Espanha, por exemplo no Atlético de Madrid. O México tem apostado, paralelamente, nas camadas jovens e extraído dessa filosofia algumas boas equipas a nível júnior.

Cuauhtémoc Blanco, Gerardo Torrado, Guillermo Franco, Rafa Márquez e o guarda-redes Óscar Pérez são os resistentes de uma geração, que incluiu a certa altura também figuras como Jared Borghetti, Francisco Palencia, Cláudio Suárez e Pavel Pardo. Os restantes, entre os quais Hector Moreno, Effrain Juárez, Giovani dos Santos, Javier Hernández, Pablo Barrera e Carlos Vela não passam dos 23 anos. E já são certezas.

Ou seja, a certa altura, a renovação foi feita. Pensada. Blanco, aos 37 anos, ainda lá mora, nem que seja para jogar uns minutos ou marcar um penalty. Márquez fará, percebe-se, a transição do comando para quem se afirmar da próxima geração. E, nessa altura, aos 34, 35 anos, manter-se-á uma referência, uma luz para guiar os outros.

Aguirre tem decisões estranhas, como todos. É difícil perceber, por exemplo, a titularidade de Pérez, que tem 37 anos e apenas, pasme-se, 1,71 metros, quando há um Ochoa que faz disparar visualizações no Youtube. Mas soube formar um grupo coeso e desvalorizar as más épocas de Giovani dos Santos e Carlos Vela, entregando-lhes um ataque onde também figura Franco; e soube (res) guardar o miúdo «dez milhões» Javi Hernández, já do Manchester United, para os momentos certos.

O «banho de bola» à França, esta quinta-feira, foi apenas a consequência do que se tinha visto nos últimos meses. Os «aztecas» vulgarizaram o «vice» de há quatro anos e que, sim, é uma das piores Franças dos últimos anos. Isso diminui obviamente um pouco o impacto do estrondo mas não o anula. Para já o México é uma das primeiras figuras do Mundial.