Michel Platini defendeu a sua ausência da audição de quinta-feira no Comité de Ética da FIFA por considerar que já foi «julgado e condenado». No entanto, o veredito deverá ser conhecido na segunda-feira.

«Decidi não comparecer perante vós para apresentar as minhas explicações, apenas por uma razão: já fui julgado, já fui condenado. Não sou eu que o digo, mas vós, as instâncias internas da FIFA, os vossos porta-vozes autorizados», escreveu o presidente suspenso da UEFA, em declaração lida pelos seus advogados perante a Comissão de Ética e reproduzida pela agência AFP.

O antigo jogador francês justificou-se ainda com o facto de dois responsáveis da FIFA - Domenico Scala, presidente da Comissão Eleitoral da FIFA, e Andrea Bantel, porta-voz da câmara de instrução do Comité de Ética da organização, terem manifestado publicamente convicção e apoio à sua condenação.

«O meu processo está, portanto, julgado. Não tenho mais confiança nas instâncias disciplinares da FIFA, que já mostraram a sua parcialidade, o seu preconceito, a sua incapacidade de respeitar a confidencialidade, a presunção de inocência e os direitos da defesa.»

O ainda candidato à presidência da FIFA está suspenso temporariamente até 5 de janeiro, com a possibilidade de ser irradiado do futebol por ter aceitado receber de Joseph Blatter, 1,8 milhões de euros por um trabalho de consultoria realizado em 2002 sem contrato escrito.