Mingote e Pintassilgo são os únicos jogadores portugueses (para já!) do plantel do Pandurii, treinado por Joaquim Teixeira, que tem, também, adjuntos lusitanos, Alfredo e José Vilaça. Sem espaço nos principais palcos cá do burgo, ambos decidiram aceitar o desafio de representar, até final da presente época, o clube romeno que luta desesperadamente para não descer de divisão. A aventura e a atracção pelo desconhecido nortearam estes dois homens do norte, que querem vencer no país dos Cárpatos.
«É uma cultura completamente diferente, assim como a mentalidade e alimentação, mas é com grande expectativa que vamos abraçar este projecto. É uma experiência nova, uma aposta pessoal e, como não vamos sozinhos, há muita gente no plantel que fala português, aceitámos de bom grado», afirmam, quase em uníssono, o guarda-redes e o extremo.
«Podem abrir-se novas portas¿»
Pintassilgo, que estava emprestado ao Portimonense pelo V. Guimarães acrescenta que esta é «uma oportunidade que não surgiria em Portugal» e, por isso, não poderia ser desperdiçada, assim como «a parte financeira», que é sempre de levar em conta. «Vamos ver como correm as coisas. Se nos destacarmos, podem abrir-se novas portas. O mercado lá é mais favorável para nós, até porque aqui temos muita concorrência de estrangeiros. Agora, precisamos de cumprir a nossa missão, que é conseguir a manutenção», advoga.
Já Mingote destaca ainda a língua como factor decisivo para uma rápida adaptação, já que, além da equipa técnica, há mais sete falantes do idioma de Camões no plantel. «Facilita imenso e pode ser uma forma de ultrapassar os primeiros tempos», destaca.
A avaliar pela vontade do técnico Joaquim Teixeira, até ao fecho das inscrições na Roménia (final de Fevereiro), ainda haverá mais portugueses neste modesto clube que, inspirado na experiência do Cluj, aposta no saber e na experiência lusitana para sair do penúltimo lugar da classificação.