Grande jogo no Seixal. Intenso, emotivo, com incerteza no resultado e várias demonstrações de qualidade. De um lado uma equipa sobretudo criativa, com elevada dose técnica. Do outro um grupo organizado, com capacidade de sacríficio e objetivo.
 
Vitória do Benfica B (3-2) com dois golos do central Fábio Cardoso após a reviravolta do FC Porto B. Os encarnados sobem ao quarto lugar da Liga de Honra, após este encontro da 22ª jornada.

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O Benfica B teve o jogo nas mãos ao minuto 13 mas apresentou a sua versão mais romântica, com pouco critério nas decisões, e permitiu a recuperação momentânea de um FC Porto B com processos simples e eficazes.
 
Bela resposta da equipa de Luís Castro a dupla contrariedade no primeiro quarto de hora. Tudo começou num lance confuso, em que Ivo Rodrigues se queixa de falta de Pedro Rebocho e a bola chega a Nuno Santos. Este cruza rasteiro para Gonçalo Guedes, no limite do fora-de-jogo (parece estar em linha), Rafa tenta perturbar o adversário e derruba-o, na área.
 
Grande penalidade para a formação encarnada e cartão vermelho para o lateral do FC Porto B. Gonçalo Guedes converteu o castigo máximo no curioso minuto 13, o mesmo de Jonas na véspera, o mesmo de Eusébio no Mundial de 1966.

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O Benfica B encarava um cenário extremamente favorável mas não soube aproveitar de imediato. Com um quarteto ofensivo bastante criativo, apoiado pelo talentoso João Teixeira, foi surgindo com regularidade nas imediações da área portista sem aumentar a vantagem.
 
Nuno Santos, com um belo remate em arco, e Hélder Costa estiveram perto do 2-0 mas o FC Porto B reorganizara-se bem, transmitindo a sensação de uma capacidade para discutir o resultado, mesmo em inferioridade numérica.
Os dragões reorganizaram-se com Kayembe no lado esquerdo da defesa e Pité a descair para esse flanco. No meio ficavam Leandro Silva e Francisco Ramos. Seria este último a surgir na área contrária, ao minuto 35, para rematar de pronto e surpreender Bruno Varela, que foi mal batido.
 
Aceitava-se o empate ao intervalo, face à eficácia portista, e nem foi surpreendente o 1-2 de Gonçalo Paciência, no melhor momento da tarde. O avançado, filho de Domingos, recebeu no lado esquerdo, preparou a bola e rematou em arco para o ângulo mais distante. Um golaço!
 
Minutos antes, Nuno Santos tinha perdido um lance a meio-campo ao tentar um passe de letra. Ou seja, os encarnados reagiram mal à vantagem numérica, acreditando que a vitória não fugiria.
 
O Benfica B reagiu mal à superioridade mas escutou os dois avisos e respondeu da melhor forma. Gonçalo Guedes não conseguiu bater Raul Gaudino num par de oportunidades claras – grande mérito do guarda-redes mexicano na segunda – mas o central Fábio Cardoso vestiu a pele de goleador.
 
Em dois lances de bola parada, o defesa encarnado (que já tinha marcado em Alcochete) surgiu ao segundo poste para desviar com o pé direito para o fundo das redes. O 2-2 surgiu ao minuto 56, pouco após o remate fantástico de Gonçalo Paciência, e o golo da vitória chegou aos 73, aí sim com justiça.
 
Os dragões nunca desistiram, é certo, acusando progressivamente o cansaço provocado pelo longos minutos com dez elementos. Até final, tempo para a expulsão de Rui Carvalho, team manager do FC Porto B, por protestos, e de Renato Sanches nos descontos, por agressão.