Inês Henriques, campeã mundial dos 50 quilómetros marcha, entrou com um processo no tribunal da Associação Europeia de Atletismo (AEA) para incluir a prova nos Europeus de atletismo do próximo ano.

Segundo explicou à agência Lusa, a atleta portuguesa tomou a decisão após ter sabido em outubro, pelo presidente da AEA, Svein Arne, que a prova não fazia parte do calendário dos Europeus, a disputar em Berlim.

«Tendo em conta que, provavelmente, vão ser os meus últimos Europeus, queria ter a oportunidade de participar na prova e lutar pelas medalhas», defendeu a atleta de 37 anos, recordista mundial da distância, em 4h05m56s.

Henriques adiantou que lhe foi dito que a não inclusão da prova nos Europeus se devia a vários acordos fechados a nível de transmissões televisivas, algo que vê como um «retrocesso no direito pela igualdade de oportunidades», que pode ter efeito nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.

«Se queremos lutar para estar nos Jogos Olímpicos é muito importante estarmos nos Europeus», argumentou, pedindo «mais mulheres a fazer os 50 quilómetros marcha», afirmou a atleta portuguesa, crente de uma resposta ao processo no prazo de duas semanas.