A atleta portuguesa Marta Onofre teve uma breve passagem pelos Mundiais de atletismo em pista coberta, que se estão a disputar em Portland, EUA, com três saltos derrubados na vara a 4,35 metros.

A atual recordista nacional foi uma das duas atletas a iniciar o concurso a 4,35 e a única a não passar aquela altura, pelo que saiu de competição no Centro de Congressos do Oregon em pouco mais de dez minutos, ficando distante do que já mostrou esta época e que lhe valeu a qualificação olímpica.

Depois de quatro concursos acima dos 4,40 metros, em provas realizadas em Pombal, entre os quais o novo recorde nacional a 4,51 metros, havia a expetativa de que a atleta do Sporting pudesse estar de novo ao nível do máximo luso, mas isso não aconteceu.

O francês Renaud Lavillenie e a norte-americana Jennifer Suhr mostraram que, de momento não têm adversários ao seu nível na vara, vencendo com clareza as suas provas.

No primeiro de quatro dias de competições, a grande aposta da organização foi centrar o foco nas finais diretas da vara - não houve outras provas- e percebeu-se bem porquê, já que o país anfitrião arrebatou três das seis medalhas em jogo.

Mas a figura incontornável do arranque dos campeonatos é mesmo Lavillenie, absolutamente autoritário na vitória, prescindindo de passar a fasquia a várias alturas e a limpar até aos 6,02 metros, novo recorde dos campeonatos. Depois, tentou sem sucesso o seu recorde do mundo, a 6,17.

Para aquele que é o segundo título mundial da sua carreira, o recordista mundial apenas entrou a 5,75 metros, quando a maioria dos adversários já estava fora, e regressou a 5,90, para ganhar. Sem pressão, mandou subir para 6,02, para se apossar do recorde dos campeonatos, que era do australiano Steven Hooker.

Sam Kendricks, dos Estados Unidos, fica com a prata, com 5,80, e o polaco Piotr Lisek com 5,75, com o bronze, ficando o campeão do mundo do ano passado, o canadiano Shawnacy Barber, fora do pódio.

Os Estados Unidos fizeram a dobradinha, com Jennifer Suhr (4,90) e Sandi Morris (4,85), sem surpresas, e para a Grécia vai a prata de Ekateríni Stefanídi (4,80).

Suhr chegou a mandar subir a fasquia para recorde do mundo 'indoor' mas poucos segundos depois desistiu, após o treinador lhe relembrar a pequena lesão sofrida nos campeonatos nacionais e a necessidade de não 'forçar' em ano olímpico.

Tal como Lavillenie, acabou por ter pouco trabalho para chegar ao ouro: quatro saltos à primeira bastaram, a 4,60, 4,75, 4,85 e 4,90, 'riscando' por quatro centímetros do quadro de recordistas do campeonatos a russa Elena Ysinbaieva.

Os Mundiais de Portland prosseguem mais logo, a partir das 18:15 de Lisboa (11:15 em Portland) e no programa do segundo dia competem mais dois atletas lusos, Samuel Remédios e Carlos Nascimento.

Samuel Remédios, que tem a segunda melhor marca portuguesa do heptatlo, procura atacar o recorde de Mário Aníbal - está só a 41 pontos - e para isso terá de estar bem no primeiro de dois dias de provas, competindo em 60 metros, salto em comprimento, lançamento do peso e salto em altura.

Quanto a Carlos Nascimento, corre na série 4 de 60 metros, pelas 21:38 horas, e tem hipóteses de passar às semi-finais, se estiver ao nível do seu melhor registo, de 6,63 segundos.

Apuram-se três atletas por corrida e mais os outros três melhores tempos e na sua série o português é o quarto melhor, mas a um centésimo apenas do terceiro, o sueco Odain Rose.

Caso se apure, volta a correr ainda na mesma jornada, nas semi-finais, com a final a encerrar o programa do dia.