Sortes diferentes para os portugueses na etapa de Peniche do circuito mundial. Vasco Ribeiro conseguiu o apuramento para os quartos de final, na fase de repescagem, ao bater Michel Bourez, da Polinésia Francesa. Quanto a Frederico Morais, já disputou o seu duelo dos «quartos», tendo sido eliminado frente a Brett Simpson por 0,08 pontos.

Vasco Ribeiro superou o seu adversário com um tubo pontuado em 6,5 pontos, totalizando 10,43, impondo-se aos 9,77 obtidos pelo surfista da Polinésia Francesa.

«As condições estão muito difíceis hoje, provavelmente das piores condições com que já surfei em Supertubos, mas faz parte e é igual para todos. Sabia que tinha de esperar por uma onda grande para virar a bateria, porque ele [Michel Bourez] tinha melhorado a pontuação e tentei ficar na corrente, que é onde entram as ondas maiores e às vezes abrem para tubos. Felizmente entrou aquela onda e eu agarrei a oportunidade», afirmou o luso, campeão do mundo de juniores.

«Garanti primeiro que tinha de sair [do tubo], podia ter atrasado um pouco mais, mas sabia que não precisava de arriscar cair, porque não precisava de uma nota assim tão alta. Preocupei-me em apanhar a onda e conseguir o suficiente para passar para a frente», explicou.

Vasco Ribeiro anteviu ainda a partida frente a Jeremy Flores, nono no ranking mundial: «É incrível, nunca pensei chegar tão longe quando recebi o ‘wild-card’ mas, com estas condições e já nos quartos-de-final, tudo é possível. Vou dar o meu melhor, o Jeremy é um surfista incrível mas, nestas condições, vai ser mais feliz é quem estiver a sorte de estar nas ondas certas e não desperdiçar as oportunidades.»

Frederico Morais já disputou essa fase da competição, mas foi eliminado por uma diferença mínima. O português chegou mesmo a esboçar um festejo, por pensar que a pontuação daquela onda seria suficiente (precisava de 5,62), mas esta foi avaliada em 5,53.

«Estou pouco convencido com a eliminação, mas é assim mesmo, os campeonatos são assim. Dependemos muito do mar e de outras decisões, mas eu sei que fiz o que pude, surfei bem», afirmou o português.

No final da bateria, insatisfeito com a pontuação, «Kikas» foi falar com os juízes: «Fui tentar perceber e, pronto, acabam por ser decisões complicadas, com casas decimais, tudo muito perto, mas estamos num world tour e não podemos dar margem para erro. O queacho que seria justo não interessa muito, porque não sou eu o juiz. Mas vi rápido a bateria e não concordo com a decisão. Fui lá acima [à cabine onde estão os juízes] tentar perceber o porquê e falámos e está tudo resolvido.»

Frederico Morais mostrou-se «orgulhoso» com o surf que praticou e confessou a «frustração» por causa das condições tão adversas do mar. A competição foi interrompida a seguir ao seu duelo e está prevista começar às 13:45.

«É frustrante, mas a graça do surf é o mar e nós dependemos muito dele. Umas vezes está bom, outras vezes está mau. Desta vez, calhou ser interrompido a seguir ao meu heat, podia ter sido dois depois ou um antes. Tenho se surfar como estão as condições e foi o que eu fiz. Foi perto, mas não chegou», referiu.

Agora ficará a torcer por Vasco Ribeiro e prometeu continuar o trabalho desenvolvido nesta prova, no Havai e Brasil, as etapas seguintes do circuito mundial.