Canoagem, futsal, atletismo, ciclismo, ténis, basquetebol, futebol americano, ginástica... 2018 foi um ano cheio de eventos e protagonistas nas várias modalidades, desde o português que se sagrou campeão do Mundo em dois dias seguidos, aos homens e mulheres que escreveram o seu nome na história do desporto nacional e internacional por uma conquista inédita, ou um somatório impressionante de títulos. Aqui contamos-lhe o que de melhor se passou no desporto este ano fora dos campos de futebol.

O regresso de Novak Djokovic ao topo

Depois dos regressos de Roger Federer e Rafael Nadal ao topo do ténis mundial em 2017, em 2018 foi a vez de Novak Djokovic ressurgir. Apesar de um início de ano bastante complicado, com uma cirurgia à mistura, o tenista sérvio de 31 anos, que em junho ocupava o 22.º lugar do ranking, acabou o ano como número um do mundo, aproveitando a desistência de Nadal em Paris.

Pelo meio, a vitória de Wimbledon, do US Open, e dos masters de Cincinnati e Xangai. Ao vencer o suíço Roger Federer na final de Cincinnati, Djokovic conseguiu ainda outro feito, tornar-se no primeiro tenista a conquistar os nove torneios da categoria Masters 1000.

Simone Biles voltou para continuar a fazer história

2018 foi ainda o ano em que Simone Biles se tornou na ginasta com mais títulos de sempre dos campeonatos mundiais. Depois de ter estado afastada da competição e ter admitido ter sido vítima de abusos sexuais por parte do antigo médico da seleção norte-americana, Larry Nassar, a atleta de 21 anos voltou em grande e soma já 20 medalhas nos mundiais, sendo 14 de ouro, três de prata e três de bronze.

Simone Biles igualou o número de medalhas da antiga ginasta russa Svetlana Khokrina nos mundiais de Doha, onde competiu apesar de um cálculo renal que a levou ao hospital, mas leva vantagem por ter mais ouros.

Na competição, em que a ginasta norte-americana conquistou seis medalhas (quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze), tornou-se ainda na primeira a vencer quatro vezes o concurso geral, o all-around, nos Mundiais, superando também neste aspeto Svetlana Khorkina, que se tinha sagrado tricampeã mundial.

Se Simone Biles está habituada a vencer, o mesmo não se pode dizer dos Philadelphia Eagles, que este ano conquistam pela primeira vez o Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, ao baterem os New England Patriots, campeões em título.

Continuando nos Estados Unidos, passamos à NBA, onde os Golden State Warriors conquistaram o sexto título de campeões ao vencerem os Cleveland Cavaliers. Além de perderem o título, este foi ainda o ano em que os Cavs perderam a estrela LeBron James para os Lakers.

Lewis Hamilton acelera na direção do recorde de Schumacher

Nos desportos motorizados, Lewis Hamilton sagrou-se pentacampeão mundial de Fórmula 1. Quase um ano depois de ter igualado Sebastian Vettel com quatro títulos mundiais, Lewis Hamilton entrou no pódio dos pilotos que mais conquistas somaram na Fórmula 1, igualando Juan Manuel Fangio e ficando a apenas dois títulos do recorde estabelecido por Michael Schumacher, com sete.

Sébastien Ogier foi campeão mundial de ralis pela sexta vez consecutiva, e, por cá, Armindo Araújo tornou-se no primeiro pentacampeão nacional de ralis.

Marc Márquez conquistou o sétimo título mundial da carreira, ao sagrar-se pentacampeão mundial de MotoGP. Aos 25 anos, o espanhol é o piloto mais jovem a conquistar cinco títulos e está já no pódio dos mais titulados de sempre.

Ainda em duas rodas, Miguel Oliveira sagrou-se vice-campeão mundial de Moto2 e vai ser, em 2019, o primeiro português a competir no campeonato de MotoGP.

Sem motor, mas a acelerar bastante, o queniano Eliud Kipchoge bateu em Berlim o recorde mundial da maratona, tirando 1 minuto e 22 segundos à marca estabelecida por um compatriota em 2014.

E já que falámos há pouco em regressos, convém dizer que em 2018 houve outros, igualmente relevantes. É o caso de Tiger Woods, que voltou aos títulos. Ao conquistar o Tour Campionship de golfe, o norte-americano acabou com uma seca de cinco anos, mais precisamente 1.876 dias, sem vencer qualquer torneio.

Já a história do ano está cheia de feitos e conquistas e ainda quase não falámos de portugueses. E houve vários este ano a fazerem-se notar por esse mundo fora.

Fernando Pimenta no topo do mundo... em dois dias seguidos

Começamos por Fernando Pimenta, um habitué destes balanços. Em 2018, o canoísta português não parou de somar títulos. Em maio, conquistou a medalha de ouro na prova de K1 1.000 metros da Taça do Mundo. Em junho, sagrou-se tricampeão europeu em K1 1.000 metros, ao vencer a final da distância no campeonato em Belgrado, na Sérvia. E em agosto veio o ponto alto do ano.

Depois de ter conquistado o bronze mundial em 2015 e a prata em 2017, o canoísta de 29 anos sagrou-se campeão do mundo em K1 1.000 metros, em Montemor-o-Velho. No dia seguinte, voltou a sagrar-se campeão do mundo, desta vez em K1 5.000 metros.

Ainda na canoagem, Teresa Portela e Joana Vasconcelos conquistaram o título europeu em K2 200 metros.

Seleção de futsal sagra-se campeã da Europa e Ricardinho continua a ser o melhor

Também no futsal este foi o ano de acabar com o «faltou um bocadinho assim…». Depois de ter sido vice-campeão em 2010, Portugal conquistou pela primeira vez o tão desejado título de campeão europeu, ao vencer a Espanha por 3-2.

Ricardinho foi o melhor marcador do Europeu e eleito melhor jogador do torneio. Tornou-se ainda no melhor marcador de sempre em fases finais com 22 golos.

O génio de Valbom foi eleito em janeiro melhor jogador de futsal do mundo pela quinta vez, quarta consecutiva, e é o primeiro a ter recebido a distinção da Futsal Planet cinco vezes.

E o futsal português ainda iria voltar a brilhar a nível internacional. A seleção feminina conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude, ao bater na final o Japão por 4-1, com a portuguesa Fifó a ter sido a melhor marcadora do torneio.

Por cá, o Sporting sagrou-se tricampeão nacional na modalidade, ao bater o Benfica no quinto e último jogo da final no desempate por penáltis.

Nélson Évora finalmente de volta ao ouro e Inês Henriques continua a desbravar caminho

Chegamos ao atletismo, num ano que foi pintado a ouro. Depois de ter conquistado no início do ano a medalha de bronze dos Mundiais de pista coberta, Nelson Évora, sagrou-se pela primeira vez campeão europeu do triplo salto, em Berlim.

Aos 34 anos, é o regresso de Nelson Évora ao lugar mais alto do pódio depois dos ouros há 11 anos nos Mundiais e há dez nos Jogos Olímpicos.

Também em Berlim, Inês Henriques sagrou-se campeã europeia nos 50 quilómetros marcha, juntando o título ao de primeira mulher campeã do mundo nesta distância, conquistado em 2017. A marchadora portuguesa, que viria a desistir da prova no Campeonato do Mundo de Nações, onde foi batido o recorde que lhe pertencia, passou ainda o ano a lutar para que a distância seja incluída nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

O Sporting venceu a Taça dos Campeões e revalidou o título de campeão europeu de atletismo no setor feminino. No setor masculino, o Benfica conseguiu o segundo lugar, atrás dos turcos do Enka, que se sagraram campeões europeus, em Birmingham, Inglaterra.

No corta-mato, as equipas feminina e masculina do Sporting sagraram-se campeãs europeias, na Taça dos Campeões Europeus de corta-mato, em Mira.

Ivo e Rui Oliveira não param de somar medalhas

No ciclismo, Ivo Oliveira conquistou em março a medalha de prata em perseguição individual nos Campeonatos do Mundo de ciclismo de pista, em Apeldoorn, na Holanda, a primeira medalha de sempre em Mundiais para Portugal.

Em agosto, Ivo Oliveira voltou às medalhas e arrecadou a prata em perseguição individual nos Europeus de ciclismo de pista.

Na mesma competição, o irmão, Rui Oliveira, também venceu a medalha de prata, mas, desta feita, na prova de eliminação. 

Os dois irmãos mudaram-se este ano para UAE-Emirates e são companheiros de equipa de Rui Costa. 

Ainda no ciclismo, Raúl Alarcón da W52-FC Porto venceu a Volta a Portugal, numa edição marcada pela queda grave do companheiro Rui Vinhas, que ainda assim conseguiu terminar a etapa, e a prova. Além da vitória individual, a W52-FC Porto venceu também por equipas.

Já no final do ano, a equipa viria a ser promovida ao segundo escalão da UCI.

A nível internacional, a União Ciclista Internacional anunciou o encerramento dos procedimentos antidoping que envolviam o britânico Chris Froome.

João Sousa a fazer história uma, outra, e outra vez

João Sousa fez história ao tornar-se no primeiro português a vencer o Estoril Open, derrotando Frances Tiafoe na final. Ao ter-se apurado para os oitavos de final do US Open, onde foi eliminado por Djokovic, chegou a uma fase onde nunca conseguira chegar num Grand Slam. Nem ele nem qualquer outro tenista português.

O tenista vimaranense termina o ano de 2018 no top-50 de singulares e de pares, algo nunca antes conseguido por qualquer português.

No judo, Telma Monteiro conquistou a medalha de bronze nos Europeus de Telavive, a 12.ª da atleta portuguesa em semelhante número de participações na competição.

E o Sporting sagrou-se pela primeira vez campeão europeu de clubes em judo, ao vencer a equipa russa do Yawara-Neva, por 3-2, na final da competição, disputada em Bucareste.

2018 foi, aliás, rico em título para os leões, que conquistaram o sexto título de campeão nacional de voleibol, o 19.º campeonato nacional de andebol (segundo consecutivo), e venceram o campeonato de hóquei em patins, 30 anos depois.

O atleta dos leões, Diogo Ganchinho, sagrou-se ainda campeão da Europa de trampolim, modalidade em que Portugal conquistou a medalha de prata no concurso completo dos campeonatos do mundo.

A Oliveirense conquistou o titulo de campeã nacional de basquetebol pela primeira vez.

No hóquei em patins, a seleção portuguesa sagrou-se vice-campeã da Europa, ao ser goleada por 6-3 pela Espanha na final. E o FC Porto foi segundo na Taça Continental, tendo sido derrotado na final pelo Barcelona, no desempate por grandes penalidades.

Os dragões conquistaram ainda pela 22.ª vez a Supertaça António Livramento de hóquei em patins, ao derrotarem o campeão nacional Sporting.

No kickboxing, Pedro Kol conquistou o título de campeão europeu.

Mesmo a fechar o ano, o brasileiro Gabriel Medina tornou-se bicampeão do mundo de surf (depois do título de 2014), numa época em que o português Frederico Morais terminou no 23.º lugar, o primeiro de despromoção ao circuito de qualificação, e vai ser o primeiro suplente na edição do próximo ano.

Estes são apenas alguns dos muitos que se destacaram no desporto em 2018. Que venha 2019 para mais história ser escrita.

[Artigo originalmente publicado às 23h47 de 23-12-2018]