Que todos os dias há refugiados a serem resgatados do Mar Mediterrâneo, já não é novidade. E isso acontece também porque há várias personalidades com visibilidade que não ficam indiferentes à tragédia de milhares de pessoas que arriscam a vida no mar, a bordo de embarcações muitas vezes improvisadas, para fugir de guerras e perseguições étnicas.

Ora, o episódio mais recente foi vivido por Marc Gasol, estrela da NBA que alinha nos Memphis Grizzlies, e que, na segunda-feira, participou no resgate de uma mulher camaronesa que estava à deriva no mar.

O episódio aconteceu quando o espanhol estava embarcado com a ONG Proativa Open Arms e é contada pelo basquetebolista em entrevista ao El Pais

«Apanhámos uma conversação entre um barco de patrulha da Líbia e um navio mercante em que eles pediam que ele navegasse rumo a um ponto específico onde um barco estava em perigo. Então soubemos que o navio-patrulha levou os náufragos de volta à Líbia e destruiu o barco em que estavam há dois dias e duas noites. Mas eles deixaram pelo menos três pessoas abandonadas», recorda o espanhol.

Explicando que o barco em que estava rumou de imediato para o local, onde se deparou com um cenário em que tudo apontava para que não houvesse sobreviventes. «Porém, quando nos aproximámos um pouco mais, vimos que havia uma mulher que se aguentou apenas com um braço num bocado de madeira que não tinha mais de meio metro, junto a uma outra mulher e uma criança mortos», relata.

Marc Gasol diz que casos como o de Josephine, a mulher camaronesa que ajudou a salvar, são exemplos de «atos desumanos e criminais». «Estas pessoas deviam ter sido resgatadas. A guarda costeira refere que salvou 158 pessoas, mas se nós não tivéssemos chegado lá, ninguém teria sabido de nada», acusa.

Sobre a participação de figuras do desporto, neste caso, Gasol defende que quem tem tanta visibilidade «tem de dar o exemplo e demonstrar a gravidade do que está a acontecer», conclui.