Gustavo Veloso cumpriu, em 2021, a sua última época como ciclista profissional. Em entrevista à Agência Efe, citado pelo jornal Marca, o galego confessou que apesar da carreira de muito sucesso... ainda não conseguiu terminar de pagar a casa.

«Durante estes 21 anos [de carreira], tive de comer, tive de viver, tive de cuidar dos meus filhos.... E a capacidade de poupança de um ciclista profissional que corre em Portugal, como no meu caso, mesmo que tenha sido um dos ciclistas mais bem pagos no país, não é grande coisa. Não só em Portugal, mas também em Espanha: numa equipa ficam-te a dever um pouco, noutra equipa também, e após 20 anos somam-se 60 ou 70 mil euros em dívida, que é o necessário para terminar de pagar a hipoteca», disse o campeão das Voltas a Portugal de 2014 e 2015.

«Tive um bom contrato quando estive na Xacobeo e, quando a equipa desapareceu, fui para o desemprego. Financeiramente, a minha carreira desportiva tem sido uma montanha-russa. Tive cabeça suficiente para me agarrar ao que ganhei, porque tive dificuldade em ganhá-lo. Apenas o suficiente para viver e comprar uma casa e agora espero poder terminar o pagamento. Deixo o ciclismo feliz e satisfeito.»

Veloso falou, também, da possibilidade de se realizar uma Volta Ibérica em bicicleta no futuro.

«Os dois países devem aprender um com o outro. Uma Volta Ibérica não seria boa, porque significaria a morte de uma das provas, e neste caso seria a morte da Volta a Portugal. Temos de manter ambas, são históricas. Talvez visitar o país vizinho numa corrida ou outra, como é feito com a França na Volta na Espanha. E nas corridas de uma semana poderíamos trabalhar num calendário peninsular comum, seria bom em termos de custos, que seriam amplamente reduzidos», afirmou.