A Agência Mundial Antidopagem (AMA) diz ter ficado «muito alarmada» como novas revelações de recurso generalizado ao doping no atletismo, divulgadas em duas reportagens neste domingo, e garantiu que vai alargar as investigações que já decorrem sobre o assunto.

O britânico Sunday Times e o canal alemão ARD, este na sequência de outras reportagens sobre o assunto divulgadas em dezembro, revelam que tiveram acesso a milhares de resultados de análises ao sangue, relativas ao período de 2001 a 2012, que estariam na posse da própria Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e lhes terão sido facultadas por uma fonte anónima.

Essas análises foram apresentadas a peritos, os quais concluíram que, com base nos dados, concluíram que nada menos de um terço das medalhas olímpicas e Mundiais nas provas de fundo no período em causa foram ganhos por atletas suspeitos de doping. A conclusão a que chegaram esses peritos aponta para que o atletismo de fundo esteja contaminado por doping, sendo que os principais alvos das acusações são a Rússia, já visada nas reportagens anteriores da ARD, e agora também o Quénia.

A IAAF ainda não respondeu a estas notícias, que surgem a poucos dias do arranque dos Mundiais de atletismo, que começam a 22 de agosto em Pequim, tendo apenas adiantado que estava a preparar uma resposta.
Mas a AMA, que já tinha anunciado investigação às revelações anteriores, diz que vai atuar. «A Agência Mundial Antidoping está muito preocupada com estas novas alegações levantadas pela ARD, que mais uma vez lançam dúvidas sobre a integridade de atletas a nível mundial", disse Craig Reedie, presidente do organismo.