Este domingo várias equipas de Futebol Americano, nos Estados Unidos, uniram-se num desafio a Donald Trump, presidente daquele país.

Trump tinha escrito no Twitter, horas antes dos jogos, sugerindo aos proprietários dos clubes que os atletas que se ajoelhassem durante o hino fossem demitidos, considerando o gesto como falta de respeito pelo país, com o governante a apelar ainda aos adeptos para boicotarem os jogos da NFL.

«Se os adeptos da NFL se recusassem a ir aos jogos até que os jogadores deixassem de faltar ao respeito à nossa bandeira e país, veriam mudanças rápidas. Despeçam-nos ou suspendam-nos!», podia ler-se nas publicações.

Ou ainda: «A assistência aos jogos da NFL e os índices de audiência estão de rastos. Jogos aborrecidos, mas muitos assistem porque amam o nosso país. A liga deveria apoiar os Estados Unidos.»

Só que os jogadores uniram-se e ajoelharam mesmo durante o hino nacional norte-americano, juntando ao seu protesto treinadores, dirigentes e proprietários. Em Foxborough (Massachussets) 15 dos jogadores dos New England Patriots, campeões em título, deram o exemplo. Mais de 20 atletas dos Cleveland Browns também se ajoelharam no chão enquanto o hino nacional ressoava no jogo contra os Indianapolis Colts. Em Chicago, a maior parte dos atletas dos Pittsburg Steelers nem sequer ouviram o hino no terreno de jogo, ficando nos balneários.

Para além disso, alguns jogadores negros levantaram os punhos, imitando o gesto de dois atletas afro-americanos durante os Jogos Olímpicos de 1968.

A origem do gesto aconteceu em 2016 quando o ex-'quarterback' dos San Francisco 49ers, o afro-americano Colin Kaepernick, ajoelhou – e assim provocou um escândalo nacional – em sinal de protesto contra os assassinatos de vários negros à mão de polícias brancos.

«Não me vou levantar para mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime a gente negra e de cor», justificou o atleta, atualmente sem clube.

A resposta de Donald Trump surgiu também via Twitter: «Grande solidariedade para o nosso hino nacional e para o nosso país. Estar de pé abraçados é bom, ajoelhados é inaceitável.»

Mais uma polémica em que o presidente dos EUA está envolvido, depois da confusão com o retirar do convite aos campeões Golden State Warriors, por Curry ter dito que não queria ir.